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Commodities “salvam” a economia do Brasil. Mas essa “mágica” pode acabar em dois anos
maio, 18, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202122
A combinação de alta dos preços de commodities, de taxa de câmbio desvalorizada e de expansão do comércio mundial vai dar uma sustentação mínima à atividade econômica no Brasil neste ano, contrabalançando uma parte dos efeitos negativos da pandemia e das incertezas políticas e fiscais.
“Estamos assistindo a um aumento das exportações líquidas, que induz uma recuperação econômica do Brasil um pouco mais forte”, afirma o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore. “Veremos a revisão nas previsões de crescimento dos economistas do mercado financeiro, da faixa de 3% a 3,2% para percentuais como 3,4%, 3,6%, 3,8%.”
A própria consultoria de Pastore, a A. C. Pastore & Associados, divulgou relatório nesta segunda-feira aumentando a sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 de 3,2% para 4%. Outras casas estão também migrando para percentuais de 4% ou mais.
“Por ora, não vemos superciclo, mas as commodities podem ficar fortes por 12 ou18 meses, não vários anos”, afirma do ex-diretor do BC e economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita. “Dito isso, o contexto global é positivo para o real. E, por aqui, a atividade tem viés de alta. Recentemente puxamos a projeção do o PIB para 4%, e talvez tenhamos que rever para cima de novo.”
A queda menos intensa da economia durante a segunda onda e a reabertura mais rápida também tem ajudado a aumentar as projeções para a economia. A XP Investimentos passou a projetar alta de 4,1%; a Bradesco Asset Management (BRAM), de 4,3%; e a ASA Investimentos, de 4,5%.
Ninguém está sugerindo um crescimento exuberante. Esses números, aparentemente altos, estão inflados por fatores estatísticos, tecnicamente conhecidos como carregamento. Um crescimento de 3,6% significa que a atividade está apenas parada. O Brasil deve se expandir mais devagar que o mundo, cujo crescimento o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima em 6%. Ainda assim, o motor externo está ajudando mais o Brasil.
Fonte da matéria: Valor Econômico
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