Pandemia cria maior crise portuária desde o começo do uso do contêiner
ago, 23, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202134
Os portos sempre precisaram lidar com atrasos provocados por ondas, neblina ou tempestades, mas agora com a pandemia o setor enfrenta a maior desestabilização já vista desde o início do uso dos contêineres há 65 anos.
“A pandemia da covid-19 colocou em evidência que os portos precisam desesperadamente de investimentos”, disse John Manners-Bell, executivo-chefe da firma de consultoria Transport Intelligence. “Todo o sistema de infraestrutura dos portos ficou sobrecarregado nos últimos 12 meses.”
Atualmente há 353 navios transportadores de contêineres parados fora dos portos pelo mundo, sem espaço para atracar, mais que o dobro do que no início do ano,segundo dados em tempo real da empresa de logística Kuehne+Nagel.
Em alguns casos, como nos portos de Los Angeles e de Long Beach, nos Estados Unidos, onde atualmente há 22 navios esperando por ancoradouro, pode levar até12 dias para que as embarcações possam atracar e descarregar os contêineres à espera para seguir seu caminho às fábricas, armazéns, lojas e casas pelo país.
O gargalo vem provocando escassez de estoques e atrasos nas entregas, o que eleva preços e frustra os consumidores nos tempos de pandemia, em que a disparada das compras on-line aumentou a demanda pelas entregas rápidas, até o dia seguinte ao pedido.
Durante a pandemia, as restrições fronteiriças, as exigências de distanciamento social e o fechamento de fábricas sacudiram as cadeias de produção tradicionais,levando as tarifas de frete às alturas nas principais rotas de navegação entre China,EUA e Europa.
Mesmo antes da pandemia, os portos já se viam pressionados a atualizar sua infraestrutura, por meio da automação das operações, da logística de redução nas emissões e da construção de instalações capazes de receber a nova geração de navios, cada vez maiores.
“Não é correto dizer que não havia problemas antes da avalanche de cargas”, disse Soren Toft, executivo-chefe do MSC, segundo maior grupo de transporte marítimo de contêineres do mundo. “Os complexos portuários estavam ficando velhos, havia restrições de capacidade [e] havia restrições para atender o tamanho cada vez maior dos navios.”
Fonte: Valor Econômico
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