Novos dados do DataLiner: Apesar dos entraves logísticos, comércio brasileiro de contêineres recupera níveis pré-Covid
ago, 31, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202135
Dados de julho recém-divulgados pelo DataLiner apontam que o comércio de contêineres nos primeiros sete meses de 2021 alcançaram um patamar semelhante ao de julho de 2019, quando ainda não havíamos sofrido com o desequilíbrio causado pelo coronavírus na saúde, economia e rotina dos países.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as exportações alcançaram 1.658095 TEU, crescimento de 6,1% sobre igual período de 2020 e de 9,8% em relação aos sete primeiros meses de 2019. Confira no gráfico abaixo:
Acumulado Exportação Brasileira | Jan a Jul 2019-2021 | TEU
Fonte: DataLiner (Para solicitar uma demo do DataLiner clique aqui)
Já as importações, que sofreram um impacto maior com a pandemia no ano passado, cresceram 29% em relação ao mesmo período de 2020, com 1.578376 TEU. Em relação à 2019, o crescimento foi menor: 15,86%.
Acumulado Importação Brasileira | Jan a Jul 2019-2021 | TEU
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Retrato de julho
Quando analisado apenas o mês de julho, no mês passado foram exportados 241.443 TEU, uma queda de 1% em relação a igual mês de 2020. Em relação a 2019, houve um aumento ne 11% no volume em TEUs.
Exportação Brasileira mês a mês | Jan a Jul 2019-2021 | TEU
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Nas importações, julho de 2021 registrou um volume 41% maior que igual mês de 2020. Em relação a julho de 2019, houve uma queda de 2% nos volumes.
Importação Brasileira mês a mês | Jan a Jul 2019-2021 | TEU
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“Apagão de contêineres”
O potencial de crescimento da movimentação de cargas ainda está sendo restringido por uma persistente escassez na disponibilidade de contêineres e pelas altas taxas de frete.
O café é uma da commodities que sentiu esses efeitos em julho. Segundo a CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o resultado do setor em julho foi impactado devido à continuidade dos entraves logísticos no transporte marítimo mundial. “O café brasileiro segue em disputa para conquistar espaço nos navios e ser embarcado no momento correto. Os atrasos que têm ocorrido geram desgaste operacional sem precedentes aos exportadores e, principalmente, uma sobrecarga financeira derivada de não haver fluxo de caixa planejado para esse cenário inimaginável. É válido recordar que isso ocorre simultaneamente a uma realidade de mercado na qual os preços chegam aos mais altos patamares registrados nos últimos anos e a colheita da safra brasileira gira em torno de 80%”, analisa o presidente da entidade, Nicolas Rueda.
Segundo reportagem publicada esta semana pelo jornal Valor Econômico, os exportadores do agronegócio brasileiro cobram uma maior participação do governo federal no debate de soluções para o “apagão” de contêineres que o setor encara. Segundo apurado pelo jornal, há descontentamento com a falta de diálogo — e iniciativa — do Executivo nas discussões de um problema que está tirando a competitividade dos embarques, que têm grande peso na balança comercial do país.
As conversas se desenrolam, até o momento, dentro do Instituto Pensar Agro (IPA).Nos próximos dias, entidades do agro deverão enviar uma carta ao governo, em especial ao Ministério da Infraestrutura, com pedido de ajuda e algumas sugestões para lidar com a crise logística.
Para o CEO da Datamar, Andrew Lorimer, a proximidade com as compras de Natal deverá complicar ainda mais a falta de contêineres. “Os contêineres continuarão sendo direcionados para atender o mercado americano e suas encomendas de Natal, o que refletirá na disponibilidade das caixas ao Brasil”, explica
Segundo a Centronave – Centro Nacional de Navegação Transatlântica – os gargalos em praticamente todos os níveis da cadeia logística continuam, causados por fatores externos completamente fora do controle dos armadores, que seguem trabalhando para mitigar os efeitos da pandemia e do atual congestiomento global para que o comércio brasileiro e mundial não parem. Eventos como a paralização de Suez e de portos chineses em nada ajudaram este quadro.Para o segundo semestre de 2021, o órgão não enxerga ainda uma melhora significativa no quadro global.
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