MSC compra 67% da Log-in e entra em cabotagem
jan, 14, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202202
A venda do controle da Log-in para a MSC (Mediterranean Shipping Company), concretizada no último dia 13, deverá impulsionar a demanda da companhia de cabotagem. Com a entrada do novo acionista – que é um gigante global da navegação de longo curso -, abrem-se diversas oportunidades de operações em conjunto, avalia Marcio Arany, presidente da Log-In.
Entre as grandes companhias que operam no transporte de carga na costa brasileira, a Log-in era a única independente, ou seja, sem uma grande empresa de navegação global por trás. Os outros dois maiores operadores são a Aliança, do grupo Maersk, e a Mercosul Line, da CMA CGM.
Com o leilão da oferta pública de ações, realizado dia 13, a MSC (por meio de sua subsidiária SAS Shipping) passará a deter 67% do capital da empresa. As ações foram precificadas a R$ 25. Com isso, o desembolso total deverá chegar a R$ 1,75 bilhão (o equivalente a US$ 316 milhões).
Apesar do grande potencial de integração entre os grupos, o presidente da Log-in destaca que não se trata de uma incorporação da empresa brasileira, que seguirá buscando resultados e metas de expansão independentemente da nova controladora.
“A MSC já trabalha com a Log-in há anos como cliente, mas agora haverá muito mais possibilidades. Porém, pelo menos no curto prazo, não será uma relação como a da Aliança com a Maersk, ou da Mercosul Line com a CMA. Esses armadores estão mirando o ótimo global. Já nós vamos continuar buscando o que é ótimo para a Log-in”, disse Arany.
“Agora, há uma confiança muito maior na operação da Log-in e será possível desenhar operações conjuntas em mercados específicos. Um exemplo hipotético: com a crise argentina, a escala em Buenos Aires ficou pequena, o navio chega com pouca carga. Mas, para a MSC, é ruim tirar a marca do país. Agora, poderá usar a Log-in com um serviço feeder [distribuição com navios menores]”, diz.
A aquisição não prevê aporte de capital na Log-in, afirma Arany. “A empresa não precisa e não terá injeção de recursos. Agora, se a MSC tiver algum grande projeto que demande isso, é possível.”
Em paralelo às mudanças no controle acionário, a Log-in vem conduzindo um plano de crescimento relevante. Em dezembro, a companhia anunciou a aquisição de uma empresa rodoviária, a Tecmar. A operação, de R$ 102,7 milhões, ainda aguarda aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Além disso, a Log-in está investindo para ampliar em cerca de 60% sua capacidade de movimentação, por meio da incorporação de mais três navios à sua frota atual, de seis embarcações. A ideia é reforçar principalmente as rotas na região Norte do país.
O primeiro navio já foi adquirido em fevereiro de 2021, na Austrália. Porém, ainda não foi incorporado à frota de cabotagem da companhia e vem sendo alugado para rotas de longo curso. A empresa decidiu esperar pela aprovação da nova lei da cabotagem, a BR do Mar – que flexibilizou o uso de embarcações estrangeiras na costa nacional. Além disso, não houve um aquecimento da demanda do país que justificasse a adição de capacidade.
Fonte: Valor Econômico
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