Petrobras garante importação, mas crise do diesel continua sem importação de empresas privadas
jun, 13, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202224
O Brasil vai precisar de importar, por mês, entre 228 milhões e 454 milhões de litros de diesel S-10, (2,37 bilhões de litros, no segundo semestre) para atender às necessidades do mercado que deve consumir esse volume a mais do produto além do que a Petrobras produz e do volume de importação confirmado pela companhia.
A cobertura do déficit de diesel precisará ser importado por empresas privadas que atuam no setor, mas com a dificuldade de manter a paridade ao preço internacional, apenas Petrobras confirmou a importação do produto. Em outubro a necessidade será a maior (698 milhões de m³) e a menor em dezembro de 93 milhões de m³.
Para o segundo semestre, a Petrobras comunicou ao MME que deve importar um total de 2,69 bilhões de m³, em média 395 milhões de m³ mês. Mas ainda assim ficarão faltando 2,37 milhões de m³ de Diesel A que é o produto mais consumido no país.
E até agora ela é a única empresa que se comprometeu a importar combustíveis especialmente do diesel A.
Esse volume de diesel A se somará ao que ela vai produzir e à produção da refinaria Acelen (BA), a refinaria que era da Petrobras e foi privatizada no ano passado.
Até agora, ainda não há informações se as empresas privadas vão fechar suas importações embora já se saiba que as distribuidoras regionais não farão importações de diesel até dezembro.
O Brasil consome por mês 5,2 bilhões de m³ mês, dos quais 2,91 bilhões de m³/mês apenas de S-10.
Os dados formam confirmados ao Ministério das Minas e Energia, no último dia 3, na reunião da Mesa de Abastecimento. Nessa reunião foram apresentados os cenários para o setor no segundo semestre de 2022.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética – EPE, que faz os estudos para o MME sobre o setor, mantido esse cenário o déficit será nas regiões de São Paulo e Centro Oeste especialmente em novembro e dezembro com 109 milhões de m³ em novembro e mais 122 milhões de m³ em dezembro.
No Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais há previsão de déficit nos seis meses entre julho de dezembro. Nas regiões Sul e Norte e Nordeste não há previsão de estresse de falta de S-10.
Esse quadro não quer dizer vai faltar óleo nos postos. Mas haverá necessidade de controle mais rígidos de gerenciamento dos estoques da Petrobras em suas bases de distribuição.
No encontro, os representantes da ANP relataram que os agentes do mercado tragam até a mesa as suas visões sobre os riscos ao suprimento nacional. Em 12 meses, o consumo de diesel S-10 cresceu 5,2%.
Na mesma reunião, o Ministério das Minas e Energia sugeriu que essa diferença a ser complementada pelas importações seja comparada com os volumes disponíveis em estoques de modo a ter números mais precisos e reduzir o risco de desabastecimento.
A Abicom (que representa a importadoras regionais) comunicou que as defasagens elevadas impossibilitam as operações pelos seus Associados.
Os representantes do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) que representa as grandes distribuidoras (Raízen-Shell, Vibra e Ipiranga) informaram que no segundo semestre do ano passado o mercado apresentou um consumo maior do que os segundos semestres de 2020 e 2021, o que dificulta a confecção de qualquer modelo mais ajustado.
E como elas não confirmaram se vão fazer importações o mercado no segundo semestre dependerá exclusivamente da Petrobras, das importações da Petrobras e da produção da Acelen na Bahia.
Fonte: Jornal do Comércio
Para ler o texto original completo acesse: https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/jc-negocios/2022/06/15024474-petrobras-garante-importacao-mas-crise-do-diesel-continua-sem-importacao-de-empresas-privadas.html
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