Brasil e mais 15 da América Latina juntam forças na OMC contra protecionismo agrícola
jun, 14, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202224
O Brasil e outros 15 países da América Latina se comprometeram, no dia 14, a trabalhar juntos para pressionar pela reforma de regras do comércio agrícola mundial na Organização Mundial do Comércio (OMC), em outra reação ao protecionismo de países como a Índia. A América Latina representa 25% das exportações mundiais agrícolas.
Segundo o Itamaraty, de maneira inédita na história da OMC, 16 países latino-americanos emitiram declaração pela qual unem suas vozes em favor da reforma das regras multilaterais do comércio agrícola.
O grupo diz se comprometer com soluções para a crise de insegurança alimentar global e sinaliza preocupação com posições de alguns países na OMC que querem um retrocesso histórico na liberalização agrícola.
As delegações de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai divulgaram comunicado para os outros membros da OMC defendendo, em meio à crise de insegurança alimentar mundial, a manutenção das cadeias de suprimento de alimentos e de insumos agrícolas, como fertilizantes.
Os 16 países mencionam impactos negativos no comércio internacional e na logística causados pela pandemia e por conflitos armados internacionais, mudanças climáticas e desastres naturais, que aumentam a volatilidade dos preços de produtos agrícolas, insumos e combustíveis.
“Isso leva a medidas protecionistas injustificadas e dificulta o funcionamento das cadeias de valor”, dizem.
“Lamentamos que esses eventos tenham levado à escassez e ao aumento dos preços de insumos e fertilizantes em nossa região”, diz o comunicado. “Instamos os membros com capacidade para fornecer esses produtos a manter e, se possível, aumentar sua disponibilidade, permitindo que nossos produtores agrícolas continuem a contribuir para a segurança alimentar e nutricional global.”
“Estamos preocupados com a pressão que está sendo gerada nos mercados internacionais pela implementação de algumas políticas de emergência recentemente adotadas que criam distorções nos mercados globais, incluindo medidas pró-cíclicas de estocagem, bem como aquelas que injustificadamente dificultam ou restringem os fluxos comerciais”, diz o comunicado latino americano.
O grupo considera que o fortalecimento da implementação dos acordos relevantes da OMC terá um efeito positivo sobre o processo de recuperação da economia mundial.
Fonte: Valor Econômico
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