Petróleo e Gás

Projeto de construção de porto-indústria no RN voltado para o setor offshore será realizado em Caiçara do Norte

ago, 17, 2022 Postado porSylvia Schandert

Semana202233

O município de Porto do Mangue perdeu a disputa para Caiçara do Norte/RN, distante 214 km de Mossoró e 160 km de Natal, para ganhar o Porto Indústria-Multipropósito Offshore, projetado para desembarques de equipamentos eólicos e embarques de hidrogênio verde.

As obras físicas, segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, devem começar em 2024, com previsão de conclusão em 2029. Os estudos para implantar um porto no litoral do Rio Grande do Norte está sendo feito pela Universidade Federal do RN.

Os municípios de Natal e Touros também estavam na disputa, porém foram descartados por questões ambientais e técnicas. Em Porto do Mangue, existe o anal do lamarão, que é uma fenda geológica que permiti aproximação de grandes embarcações da costa.

Entretanto, nesta região, além da reserva ambiental das Dunas do Rosado, um dos principais cartões postais do litoral norte do RN, tem também grandes unidades de produção, processamento e exportação de sal marinho para a indústria alimentícia.

Na cidade de Touros, os técnicos da UFRN analisaram que a região já é forte com o turismo e, que, para desapropriar uma área de 13 mil hectares na costa em apoio ao porto, segundo o Secretário Silvio Torquato, é muito caro. Eles defendem que área seja para o turismo.

Sílvio Torquato disse que o próximo passo é avançar nos estudos ambientais, econômicos e técnicos da área, assim como trabalhar desde na adaptação na legislação e também na questão de licenciamento ambiental. O investimento será público/privado.

O primeiro levantamento da UFRN é que serão necessários levantar pelo menos R$ 6 bilhões em investimento. No mesmo estudo, aponta que o retorno deste investimento será em apenas 12 anos, e não 35 anos como costumeiramente ocorre mundo a fora.

Pelo menos três grandes companhias demonstraram interesse e o Governo do Estado já assinou protocolos de intenções. Trata-se da Spic, a CCCC e a dinamarquesa Vestas. Outras grandes companhias também já demonstraram interesse em produzir energia no mar.

O projeto para o mar e o litoral do Rio Grande do Norte é audacioso. Não é só produzir energia. É produzir e produzir o suficiente para também produzir hidrogênio verde, que é a energia do futuro, que a França, a Alemanha, entro outros Países vão passar a usar na medida que forem desativando suas usinas de energia nuclear.

O Porto Indústria-Multipropósito Offshore será erguido um pouco distante da costa, mas vai precisar de uma área de 13 mil hectares em terra, segundo o secretário Silvio Torquato. Este fato foi fundamental para definir o território de Caiçara do Norte para receber o investimento.

Ainda segundo o secretário, os portos de Natal, Guamaré e Areia Branca, vão continuar funcionamento como estão atualmente. Cada um com sua função. Todos, segundo Sílvio Torquato, importantes para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

O Porto Ilha embarca sal, média de 3,4 milhões de toneladas ao ano. O porto de Guamaré embarca principalmente petróleo. O porto de Natal deve continuar exportando frutas e rochas, além de continuar recebendo cruzeiros com turistas.

O RN, com este investimento, espera entrar na corrida com os Estados do Ceará, Pernambuco e Bahia pela produção e exportação de hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro. O CE, PE e BA já iniciaram os trabalhos para produzir e exportar hidrogênio.

Fonte: Mossoró Hoje

Para ler o texto original completo acesse: https://mossorohoje.com.br/noticias/42257-porto-do-mangue-perde-porto-industria-para-o-municipio-de-caicara-do-norte-rn

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