China deve importar 19,4% menos carne bovina em 2023, preveem EUA
set, 09, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202236
As incertezas econômicas, em meio aos esforços do governo para manter sua política de tolerância zero com a Covid-19, deve reduzir as importações de carne bovina da China em 19,4% em 2023, segundo previsões divulgadas no último dia 08 pelo Departamento de Agricultura dos EUA. De acordo com o USDA, o consumo interno de carne bovina no país deve apresentar uma queda de 3% no próximo ano, com 9,9 milhões de toneladas, e uma importação de 2,5 milhões de toneladas ante 3,1 milhões esperados para este ano.
A avaliação é de que “a carne bovina é considerada um produto de luxo pelos consumidores e espera-se que o consumo seja mais impactado pelas perspectivas econômicas do que pelo preço”. Com isso, o consumo interno deverá se manter aquecido na culinária popular do país, sustentado por um aumento de 4% na produção local, estimada em 7,4 milhões de toneladas. Já o consumo em hotéis e restaurantes, principal destino de cortes de alto padrão, deve ser pressionado pelas incertezas com as restrições impostas pela Covid-19 no país.
Considerando o perfil das exportações brasileiras de carne bovina para a China, concentrada em cortes dianteiros usados justamente na elaboração de produtos industrializados e outros pratos populares, a avaliação do mercado é de que a queda nas importações chinesas não afete os embarques brasileiros, hoje em patamares recordes.
Segundo o último balanço divulgado pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações de carne bovina do Brasil para a China no acumulado deste ano até agosto 786.872 toneladas, resultado 31% superior ao observado no mesmo período do ano passado, com receita 69,7% maior, de US$ 5,32 bilhões. Os números representam 51,8% do total das exportações brasileiras e por 60,3% da receita gerada nesse período.
“O Brasil está relativamente tranquilo em função do posicionamento dos nossos concorrentes em relação ao mercado. Os EUA passam por um processo de encolhimento do seu rebanho, a Austrália num lento processos de recomposição, a União Europeia passa por encolhimento, a Argentina e o Uruguai não têm a capacidade produtiva brasileira. Então hoje, por mais que a China esteja reduzindo as compras de carne bovina – e efetivamente está – ela ainda tem o Brasil como sua melhor alternativa na importação dessa proteína. Tanto que esse ano percebemos a queda das importações chinesas de outros mercados, mas crescimento do Brasil”, explica o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
Contudo, as perspectivas para as empresas brasileiras de carne bovina, como JBS, Marfrig e Minerva, são menos positivas. Com o consumo per capta do Brasil no menor patamar em mais de duas décadas, reflexo da perda do poder de compra da população, essas companhias têm registrado resultados positivos justamente graças às suas operações na América do Norte e demais países da América do Sul – justamente os mais afetados pela queda das importações chinesas, segundo a avaliação do USDA.
“China reduzindo compras afeta as operações desses grandes frigoríficos nesses mercados, mas também precisamos ponderar que esses mercados possuem mercado interno forte. Os EUA são uma máquina de consumir carne”, observa Iglesias.
Soma-se a esse contexto o aumento dos custos de importação diante das medidas mais rígidas e controle da Covid-19 em cargas refrigeradas nos portos chineses, com suspensão de plantas frigoríficas em diversos países (incluindo o Brasil) e o aumento dos estoques locais no primeiro semestre deste ano.
Segundo o USDA, há sinais de que alguns importadores possam vender parte do volume adquirido em 2022, ainda que a valores abaixo do custo de aquisição, só para evitar gastos com armazenagem e refrigeração e após uma alta de 37% nos preços de importação no primeiro semestre deste ano.
Fonte: Globo Rural
Para ler o artigo original completo, acesse: https://globorural.globo.com/Noticias/Criacao/Boi/noticia/2022/09/china-deve-importar-194-menos-carne-bovina-em-2023-preveem-eua.html
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