Cresce a receita das exportações de tabaco
out, 05, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202240
Embora tenham registrado forte avanço nos primeiros oito meses do ano, as exportações de tabaco do país tendem a arrefecer e encerrar 2022 com volume relativamente estável e crescimento de receita menor que o do ano passado.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), de janeiro a agosto, os embarques somaram 349,4 mil toneladas, volume 14,9% superior ao de igual período de 2021, e renderam US$ 1,4 bilhão, um aumento de 44,7% na comparação, graças à alta dos preços médios.
Iro Schünke, presidente da entidade, pondera, contudo, que esses incrementos foram inflados pelo forte ritmo de vendas no primeiro quadrimestre, após um represamento no fim do ano passado provocado pela escassez de contêineres e de navios. Assim, ele espera uma acomodação nos próximos meses.
Segundo previsão da Deloitte, as exportações de tabaco deverão encerrar 2022 com volume estável em relação ao ano passado, quando saíram do país 464,4 mil toneladas. Para a receita, a consultoria projeta avanço de 6% a 10% em comparação com 2021 (US$ 1,5 bilhão).
Veja abaixo o histórico do volume de tabaco (códigos HS 2400 a 2403) exportado do Brasil entre janeiro de 2019 e agosto de 2022. Os dados são do DataLiner.
Exportações de Tabaco | janeiro de 2019 – agosto de 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Schünke até acredita que os resultados poderão ser um pouco melhores, mas reforça que os embarques estão voltando ao normal após os problemas que afetaram o fluxo no ano passado. Em 2020, as exportações brasileiras superaram 500 mil toneladas e renderam US$ 1,6 bilhões.
A Bélgica, graças à importância do porto de Antuérpia para o segmento, continua a ser o principal destino das vendas de tabaco brasileiro ao exterior. De janeiro a agosto, o país respondeu por US$ 360 milhões, à frente de China (US$ 248 milhões), Estados Unidos (US$ 103 milhões) e Indonésia (US$ 70 milhões).
“A cadeia produtiva sobreviveu à pandemia, e a expectativa é que os embarques voltem a se estabilizar em torno de 500 mil toneladas nos próximos anos”, disse Schünke. Essa volta à normalidade não deixa de ser um alívio para os produtores, uma vez que cerca de 85% da produção vai para clientes fora do Brasil.
A colheita é concentrada nos Estados do Sul. De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na safra 2021/22, o volume alcançou 560,2 mil toneladas na região, 10,9% menos que na temporada 2020/2021. A queda refletiu principalmente uma redução de 9,8% na área plantada, para 246,6 mil hectares, mas também a retração da produtividade no Rio Grande do Sul, por causa de problemas climáticos.
Diante da redução da oferta e do aumento dos custos de produção, os preços subiram. Segundo a Afubra, os produtores do Sul venderam o quilo do tabaco às indústrias por R$ 17,02 em 2021/22, em média, um aumento de 61,5% em relação a 2020/21. Assim, a receita bruta total recebida pelos fumicultores do Sul subiu de R$ 6,6 bilhões para R$ 9,5 bilhões na comparação, mesmo com a queda da colheita na região.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/10/05/cresce-a-receita-das-exportacoes-de-tabaco.ghtml
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