Novos dados do DataLiner: Demanda fraca do comércio internacional derruba fretes marítimos
out, 28, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202243
Com as eleições finalizadas e vitória de Luís Inácio Lula da Silva, o setor de navegação começa a ter uma definição sobre a privatização dos portos.
Recém-eleito, Lula deverá pôr um freio nas privatizações, embora os arrendamentos dos terminais, iniciados com a primeira lei dos portos, a Lei nº 8.630/1993 – devam continuar, ainda que em ritmo mais lento.
É pelos portos que passa a economia de um país e, dados recém divulgados pelo DataLiner, ferramenta de inteligência de mercado da Datamar, apontam para uma estabilidade no comércio exterior brasileiro via contêineres.
Os números de setembro disponibilizados pelo DataLiner apontam que, no nono mês do ano, as importações brasileiras via contêineres cresceram 14,83% em relação a igual período de 2021. O porcentual é superior aos meses de setembro dos três anos anteriores. Mesmo assim, no acumulado de 2022 (janeiro a setembro), as importações ainda registram uma queda de 6,25% em relação aos nove primeiros meses de 2021.
Vale destacar que 2021 o Brasil estava recuperando os volumes que deixou de importar em 2020, auge da pandemia causada pela Covid-19, que afetou as importações brasileiras naquele ano.
O gráfico a seguir, elaborado com base nos dados do DataLiner, traz um histórico das importações brasileiras via contêineres e permite uma visualização mais clara do cenário descrito acima:
Importações brasileiras via contêineres | Jan 2019 – Set 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Exportações
Nas exportações via contêineres, em setembro, o Brasil movimentou um volume 0,70% maior que em igual mês de 2021. Os volumes também estão em linha com outubro de 2020, segundo apontam os dados do DataLiner.
No acumulado do ano, a queda é ligeiramente maior: 1,32% em relação ao período de janeiro a setembro de 2021 mas um pouco acima dos dois anos anteriores no mesmo comparativo.
Veja abaixo um histórico das exportações brasileiras via contêineres a partir de 2019:
Exportações brasileiras via contêineres | Jan 2019 – Set 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Fretes em queda
Outro indicativo da economia são os fretes marítimos. Uma combinação de fatores tem levado à queda dos fretes no transporte internacional. O movimento também é observado na Costa Leste da América do Sul.
A Guerra entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou uma recessão global, o que fez diminuir o consumo e, portanto, as demandas de importações. Com isso, os navios – que estão sendo construídos com capacidades cada vez maiores – estão sendo subutilizados, derrubando os fretes.
Paralelamente, os principais problemas que dificultavam a logística, como o lockdown dos portos chineses por conta da política de Covid-Zero do país e o congestionamentos dos portos americanos estão equacionados.
Para tentar segurar um pouco os valores e buscar um equilíbrio entre oferta e demanda, os armadores estão fazendo viagens em branco, mas apesar dos cortes de capacidade o mercado permanece fraco.
De acordo com o boletim Platts Americas Container Freight, da S&P Global, as taxas de fretes do Norte da Ásia à Costa Leste da América do Sul permaneceram estáveis em US$ 5.300/FEU na última semana. Ao mesmo tempo, as taxas de exportação da América do Sul também não tiveram alteração.
Perspectivas
Para o último trimestre, a perspectiva é que a crise econômica mundial persista. Segundo o “Panorama Econômico Mundial” de outubro de 2022, documento trimestral elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que faz previsões para o futuro da economia global, o pior está por vir.
O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, acredita que entre este e o próximo ano, um terço dos países vai entrar em recessão. Para ele, os choques econômicos deste ano vão reabrir “feridas” que estavam começando a ser “curadas” após a pandemia. Ele disse que as três principais economias do planeta – Estados Unidos, China e zona do euro – vão sofrer com crescimento baixo, correndo o risco de estagnação.
O FMI prevê ainda que a inflação global atinja um pico de 9,5% neste ano para então desacelerar para 4,1% até 2024.
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