Projeção divulgada nesta terça-feira (20) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) aponta que o País terá aumento no superávit comercial no ano que vem, apesar da queda esperada para importações e exportações. A AEB projeta saldo comercial positivo de US$ 71,9 bilhões para o Brasil em 2023, 14,3% maior do que os US$ 62,9 bilhões de 2022.
O número deve ser resultado de exportações de US$ 325,1 bilhões e importações de US$ 253,2 bilhões. As exportações devem cair menos que as importações, no entanto, aumentando assim o superávit da balança comercial brasileira. A projeção da AEB é de queda de 2,3% para embarques do Brasil e de uma redução maior, de 6,2%, para as compras brasileiras de produtos do exterior.
A AEB chama o superávit de negativo, explicando que será alcançado com duplo déficit, sem gerar atividade econômica. “Um saldo de quase US$ 72 bilhões é um recorde brasileiro histórico, mas só se trata de superávit porque a queda nominal de quase US$ 17 bilhões das importações será maior do que a das exportações, de mais de US$ 7 bilhões”, disse o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, em material divulgado pela associação.
A corrente comercial, que é a soma das importações e exportações, deve ficar em US$ 578,391 bilhões em 2023, também caindo 4% em relação ao valor estimado para 2022. O mundo espera uma redução nos preços das commodities no ano que vem, o que achatará os valores do comércio.
“Muitos fatores podem impactar negativamente os resultados da balança comercial, como as elevações dos juros nos Estados Unidos e União Europeia; os problemas internos da China que reduzem o seu crescimento econômico; a guerra da Rússia e Ucrânia; e as decisões da União Europeia de definir cobrança sobre importações”, disse Castro.