Haddad diz que governo estuda driblar restrições de divisas da Argentina para aumentar comércio

O ministro da Fazenda Fernando Haddad disse no domingo (22 de Jan) que o governo brasileiro estuda alternativas para driblar as restrições de divisas da Argentina e aumentar o comércio entre os dois países, o que pode passar pelo uso de uma moeda única para transações comerciais, embora ainda não haja uma definição.

Em um artigo publicado no site argentino Perfil, Lula e o presidente do país Alberto Fernández, citaram o início de conversas para adoção de uma moeda comum sul-americana para transações comerciais.

Haddad, que mencionou essa possibilidade em um artigo no ano passado, disse que a remoção de barreiras comerciais entre as duas maiores economias da América do Sul pode envolver o uso de uma moeda única para o comércio, dada a falta de dólares americanos na Argentina. Mas isso não significa o fim do real brasileiro, disse ele.

“Está muito ruim (o comércio) e o problema é exatamente a divisa, né? É isso que a gente está quebrando a cabeça para encontrar uma solução. Alguma coisa em comum, alguma coisa que permita incrementar o comércio, porque a Argentina é um dos países que compram manufaturados do Brasil e a nossa exportação pra cá está caindo”, disse o ministro ao chegar a Buenos Aires.

Ele disse que o comércio da Argentina com o Brasil foi prejudicado pela falta de dólares no vizinho, onde a crise econômica deixou o governo lutando para reabastecer as reservas em moeda estrangeira, com uma taxa de inflação de quase 100% no ano passado.

“Passa por driblar a dificuldade deles (argentinos). Estamos pensando em várias possibilidades”, disse o ministro, lembrando que teve já mais de uma conversa com o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, para tratar do assunto.

Ao ser questionado se poderia falar melhor sobre o tema nos próximos dias, Haddad respondeu que sim, e ironizou: “Até porque estão dizendo que vai acabar o real”.

A negociação, explicou ele, passa nesse momento por resolver as dificuldades de divisas da Argentina, que hoje tem apenas cerca de 40 bilhões de dólares em reservas e, com isso, problemas para importar, o que prejudica diretamente o Brasil, seu principal parceiro comercial na região.

O Financial Times havia informado anteriormente, com citações do ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, que as nações vizinhas anunciariam esta semana que estavam iniciando os trabalhos preparatórios para uma moeda comum.

Fonte: Reuters e Uol Economia

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