Portos e Terminais

Greves nos portos afetam cadeias de suprimentos

abr, 13, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202318

O número de greves portuárias ao longo do último ano cresceu exponencialmente, causando fortes dores de cabeça para a cadeia de logística de suprimentos, bem como angústia aos trabalhadores marítimos que tiveram suas licenças para desembarcar negadas em meio aos protestos.

O número de protestos e greves que afetaram operações portuárias ao redor do mundo quadruplicou no ano passado para 38 incidentes, de acordo com a Crisis24, uma consultoria de segurança marítima. De paralisações de caminhoneiros na Coreia do Sul a greves nas docas na Grã-Bretanha, a escassez de trabalhadores levou as companhias marítimas a desviar ou atrasar cargas em todo o mundo.

A crise do custo de vida que vêm afetando a maioria das nações incentivou a proliferação das greves portuárias nos primeiros meses de 2023, especialmente na Europa.

Nick Rowe, da NorthStandard, relatou ao Splash que o debate sobre custo de vida alcançou seu auge ao mesmo tempo em que os movimentos grevistas nos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Finlândia, Israel e Argentina se desenvolveram e tomaram as manchetes locais.

“O ponto central é que há uma crise global do custo de vida”, disse Rowe, acrescentando: “A inflação ultrapassou os salários, algo que não acontecia de maneira tão forte há muitos anos. Há ainda potencial para que a agitação trabalhista interrompa as atividades nos portos em muitos lugares.”

Andy Lane, sócio da consultoria de contêineres CTI Consultancy, disse que as greves nos portos sempre deixam sua marca nos prazos de entrega.

“As cargas normalmente já se encontra no pipeline e, portanto, [paralisações trabalhistas] interrompem e atrasam as entregas como consequência. Isso não é bom para consumidores ou exportadores, ou para a inflação em geral,” disse Lane.

As consequências das paralisações também se fazem sentir diretamente nos trabalhadores marítimos, categoria que chega a 1,5 milhões no mundo. Depois de anos sem acesso a terra devido a pandemia de covid-19, muitos destes trabalhadores agora se veem impedidos de tirar uma licença de desembarque devidos às greves nos portos.

“À medida que os trabalhadores navais superaram as provações e tribulações da pandemia, eles agora navegam por uma nova tempestade: a das greves portuárias e ação industrial”, comentou Steven Jones, compilador do Índice de Felicidade dos Marinheiros.

Os respondentes da última pesquisa do índice de felicidade relataram que os problemas com as saídas à terra estão voltando, muitas vezes exacerbados por paralisações e disputas.

“Embora a categoria dos marítimos apoie os direitos dos trabalhadores portuários e reconheçam a luta por melhores salários e condições de trabalho, isto pode causar sérias implicações em relação ao acesso aos navios ou quando as tripulações não podem desembarcar,” disse Jones.

O capitão Soma Sundar, cofundador da Bigyellowfish Technologies, uma plataforma asiática de engajamento de funcionários, comentou: “Embora não seja possível eliminar eventos fora de nosso controle, é responsabilidade da indústria antecipar tais desafios e priorizar proativamente o bem-estar dos marujos e promover o engajamento contínuo durante esses tempos de crise e incertezas.”

Fonte: Splash247

Para ler o artigo original completo, acesse: https://splash247.com/port-strikes-take-their-toll-on-supply-chains-and-seafarers/

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