CEPAL prevê queda de 1,2% no crescimento econômico da América Latina
abr, 26, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202320
Novas projeções divulgadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), das Nações Unidas, estimam que todas as sub-regiões da América Latina terão um crescimento menor este ano em comparação com 2022.
As economias da América Latina e do Caribe estão enfrentando um cenário internacional complexo em 2023, marcado pelo baixo crescimento econômico e poucas trocas comerciais. Além disso, os aumentos nas taxas de juros em todo o globo foram agravados pela turbulência bancária vista no início de março, o que aumentou a incerteza e a volatilidade nos mercados financeiros. Embora as pressões inflacionárias tenham desacelerado, espera-se que as taxas de política monetária permaneçam altas ao longo de 2023 nas principais economias desenvolvidas.
Nesse contexto de crescentes incertezas externas e restrições internas, a CEPAL espera que a desaceleração do crescimento econômico se aprofunde na América Latina e no Caribe em 2023, estabilizando-se em uma taxa de 1,2%.
De acordo com a CEPAL, os países da região estão com um limitado espaço de manobra para a política fiscal e monetária. Como no resto do mundo, a inflação na região está apresentando uma tendência de queda e, embora se espere que o processo de aumento das taxas de juros em vários países da região acabe em breve, os efeitos dessa política restritiva sobre o consumo privado e o investimento serão sentidos com mais intensidade este ano, devido ao tempo de defasagem com que a política monetária age. Além disso, dada a recente volatilidade financeira global relacionada a problemas em bancos de países desenvolvidos e dado que a inflação regional é vista permanecendo alta em comparação com os níveis pré-pandêmicos, não se espera que um ciclo de relaxamento monetário ocorra na região ainda.
Em relação às questões fiscais, as autoridades têm pouca margem de manobra enquanto os níveis de dívida pública permanecerem altos. Em um contexto de alta demanda por gastos públicos, serão necessárias medidas para fortalecer a sustentabilidade fiscal e expandir o espaço fiscal por meio do fortalecimento da capacidade de arrecadação de receitas e de redistribuição da política fiscal, adverte a organização.
A comissão regional da ONU estima que todas as sub-regiões terão um crescimento menor em 2023 em comparação com 2022. A América do Sul crescerá 0,6% em 2023 (em comparação com 3,8% em 2022); o grupo formado pela América Central e México crescerá 2,0% (em comparação com 3,5% em 2022); e o Caribe (sem incluir a Guiana) crescerá 3,5% (em comparação com 5,8% em 2022).
América do Sul sofrerá com queda dos preços das commodities e restrições políticas, afetando o consumo privado e investimento no subcontinente. A projeção de crescimento da região para 2023 está sujeita a riscos negativos, dada a possibilidade de que a turbulência no sistema bancário global, ou no sistema financeiro como um todo, possa retornar e se intensificar, o que afetaria o acesso e o custo ao financiamento.
Junto com esses riscos financeiros, permanece a incerteza sobre os efeitos – no mundo e na região – de um possível prolongamento da guerra na Ucrânia e do aumento da fragmentação geoeconômica em relação ao crescimento econômico, os preços das commodities e o comércio global.
Fonte: MercoPress
Para ler o artigo completo, acesse: https://en.mercopress.com/2023/04/24/eclac-downgrades-growth-estimates-to-1-2-this-year-for-latin-america-and-the-caribbean
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