DataLiner: Dados de abril confirmam tendência de queda na demanda por transporte de exportação. Importações seguem mais aquecidas
jun, 01, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202322
Dados recém-divulgados pela equipe de Business Intelligence da Datamar apontam que, em abril, as exportações brasileiras via contêineres caíram 4,5% em relação a abril de 2022. No acumulado do ano, a queda é ainda maior: -10,2%.
Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras via contêineres. Os dados são do DataLiner:
Exportações brasileiras em contêineres | Jan 2019 – Abr 2023 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Ainda segundo o DataLiner, as cargas mais exportadas pelo Brasil via contêineres nos primeiros quatro meses do ano foram as carnes, que tiveram um volume 2,6% superior ao de igual período de 2022. Madeira (-19,5%), café (-14,6%), papel (-21,2%) e celulose (-11,1%), próximos itens mais exportados pelo Brasil via contêineres, tiveram quedas nos volumes embarcados.
Já nas importações, os dados são mais positivos. No acumulado do ano, o Brasil importou, via contêineres, um volume 4,1% maior que no dos quatro primeiros meses de 2022. Só em abril, o crescimento foi de 12,8% em relação a abril do ano passado. Vale destacar que nesse mesmo período do ano passado os fretes estavam muito mais altos do que atualmente. Além disso, o dólar estava mais valorizado do que em abril último, o que inibia as importações.
O plástico foi a mercadoria mais importada pelo Brasil via contêineres nos primeiros quatro meses de 2023, com 103.721 TEUs. O volume é 25,7% superior ao de igual período de 2022.
Veja abaixo um histórico das importações brasileiras via contêineres. O gráfico foi elaborado com os dados do DataLiner:
Importações brasileiras em contêineres | Jan 2019 – Abr 2023 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Plate
A Argentina registrou, no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, uma queda de 6,1% das exportações via contêineres. Considerado apenas o mês de abril, a queda foi de 15,2% em relação a igual mês de 2022.
No acumulado das importações no período de janeiro a abril, a queda foi de 20,4%. Considerando só abril de 2023 frente a abril de 2022, a queda foi menor: -10,8%.
Em relação ao Uruguai, as exportações caíram 8,2% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano em comparação com igual período de 2022. Considerando apenas abril, a queda foi menor: 6,2% em relação a abril de 2022.
Já as importações uruguaias se recuperaram. No acumulado do ano, os volumes ainda são 2,7% menores mas considerando apenas abril, o crescimento dos volumes foi de 27%.
Fretes
Apesar da queda dos fretes em abril e maio, o que esperar para os próximos meses? Segundo o último boletim divulgado pela Platts, da S&P Global, na última semana, as importações da Costa Leste da América do Sul do norte da Ásia foram a única taxa de contêineres avaliada pela Platts a obter ganhos durante a semana, subindo US$ 200 para atingir US$ 2.300/FEU, o nível mais alto da taxa desde novembro. Fontes disseram que a taxa está aumentando, apesar da queda na demanda devido à intervenção dos armadores, que estão ajustando seus serviços.
“Os preços estão subindo, embora a demanda esteja caindo”, disse a fonte. “ O volume está caindo, mas os preços não”.
Perspectivas
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 01 de junho, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira acelerou no primeiro trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil registrou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o último trimestre de 2022.
O resultado foi puxado principalmente pelo crescimento da agropecuária, que subiu 21,6% no período —o melhor resultado em 26 anos, desde o quarto trimestre de 1996. A soja, principal cultivo, deve ter aumento expressivo na produção anual, estimada em 24,7%.
Mesmo com a expectativa de números mais fracos para o resto do ano, mercado tem revisado para cima as projeções para o PIB. A estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2023 passou de 1,20% para 1,26%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Já o governo trabalha com uma estimativa de crescimento de 1,9%.
Com informações do UOL.
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