Divergências colocam debate ambiental em risco na IMO
jul, 03, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202326
O debate sobre a política ambiental marítima deve se acirrar durante as próximas reuniões do Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho (MEPC) da Organização Marítima Internacional (IMO) em Londres nesta semana. No entanto, ninguém sabe ao certo qual o tom destas mudanças, pois grandes nações como China e Brasil estão fazendo lobby por metas verdes menos rigorosas.
Os estados membros da IMO irão debater uma nova estratégia de contenção de gases de efeito estufa, que atualmente estabelece uma meta mínima de redução de 50% nas emissões até 2050 em comparação aos níveis de 2008.
Embora a IMO esteja empenhada em desenvolver o debate para impulsionar o mercado marítimo em direção à sustentabilidade, seus membros têm opiniões divergentes sobre como aplicá-las.
Semana passada, ocorreu uma reunião do Grupo de Trabalho Intersecional sobre Redução de Emissões de GEE de Navios (ISWG-GHG 15), que acendeu o alerta vermelho em relação a possibilidade da ONU passar por uma “falha histórica”.
O documento que está sendo proposto para as negociações do MEPC inclui grandes variações em vários parâmetros importantes. Por exemplo, a proposta principal atual para as metas intermediárias de redução de GEE em 2030 e 2040 é uma redução de 20% em 2030 e 70% em 2040. Especialistas em descarbonização do transporte marítimo afirmam que essas metas não são suficientes para cumprir os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris.
De acordo com o Financial Times, a China tem se juntado a vários países em desenvolvimento para aprovar propostas mais leves. Além disso, o Climate Home, um site de notícias sobre mudanças climáticas, informou que Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Guatemala, Equador e África do Sul também se opõem a qualquer forma de taxa de carbono.
Os outros itens-chave que permanecem em debate incluem a pré-seleção das medidas de médio prazo e a forma como uma transição justa é incluída e referenciada tanto na estratégia revisada quanto em relação às medidas de médio prazo. Embora tenha havido uma oposição significativa e coordenada às propostas de taxas avançando para finalização do MEPC 80 na semana passada, houve uma maioria que apoiou que isso acontecesse até 2025.
Tristan Smith, diretor da UMAS, destacou que esta semana representa a última oportunidade de “alinhamento credível” do transporte marítimo com o Acordo de Paris, afirmando que o texto principal atual não está em conformidade com a meta de limitar o aquecimento a 1,5 graus, mas que ainda há espaço para umae “mudança na dinâmica”.
Faig Abbasov, da ONG Transport & Environment, afirmou: “Ao remover qualquer menção explícita à meta de 1,5°C e eliminar as metas de 2030, 2040 e até 2050, a IMO estaria essencialmente admitindo que sua estratégia revisada não é compatível com o objetivo de limitar o aquecimento. Se eles acham que podem enganar o mundo inteiro com isso, deveriam repensar sua posição. As nações do Pacífico estão à beira do desaparecimento. Os líderes europeus não devem abandoná-las ao endossar este novo texto. Eles devem empregar todo o seu capital político para melhorar as perspectivas durante a rodada final de negociações na próxima semana. O jogo ainda não acabou até que o MEPC 80 termine”.
Fonte: Splash247
Para ler a matéria original, por favor acesse: https://splash247.com/imo-on-brink-of-historic-failure-as-crunch-green-talks-get-underway/
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