China já fornece metade do plástico importado pelo Brasil
set, 20, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202338
Maior produtora mundial de transformados plásticos, a China respondeu por 50,3% das importações do Brasil em volume desse tipo de produto no ano passado, seguida de longe pelo segundo colocado, os Estados Unidos, com fatia de 4,7%, segundo anuário recém-publicado pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
Em valor, a distância entre os dois países foi menor: US$ 1,26 bilhão da China (32,9% do total), contra US$ 476,5 milhões dos Estados Unidos (12,5% do total), visto que os americanos embarcam sobretudo plásticos de maior valor agregado, como os de engenharia, para o país.
“A China não era tão competitiva para vender plástico localmente. Hoje, junto com países vizinhos, é responsável por cerca de 50% da produção mundial, e eles têm acesso a matéria-prima a custos mais competitivos”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho.
Desde 2018, mostra o levantamento, o volume de produtos de plástico importados pelo Brasil supera a marca de 700 mil toneladas anuais, mas sua participação no consumo doméstico ainda é pouco expressiva em relação a outros setores industriais. Em 2022, foram 737,7 mil toneladas em importações, das quais 370,76 mil toneladas provenientes da China, para um consumo aparente nacional de 7,1 milhões de toneladas.
Contudo, ao mesmo tempo que as importações da Ásia seguem crescendo, a indústria brasileira de plásticos não tem encontrado fôlego para elevar a produção ou acelerar o ritmo das exportações. Em 2022, a produção nacional de plásticos encolheu pelo terceiro ano consecutivo, para o menor nível em mais de uma década, com 6,7 milhões de toneladas. Frente a 2021, a retração foi de 6,1%. As exportações, por sua vez, somaram 317 mil toneladas, com crescimento de 2,4%.
O gráfico abaixo mostra as importações de produtos plásticos (HS 39) da China para o Brasil entre janeiro de 2019 e julho de 2023. Os dados são do serviço de inteligência marítima DataLiner.
Importações de plástico da China | Jan 2019 – Jul 2023 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
“O problema é que o mercado está caindo. Olhando para os próximos seis meses, vai ser pior”, alerta Roriz. Nos seis primeiros meses deste ano, diz o executivo, o desempenho da indústria foi positivo, com alta de 5% na produção na comparação anual, para 3,42 milhões de toneladas, suportado por uma combinação de fatores excepcionais.
Na construção, hoje à frente das embalagens como principal mercado para produtos de plástico, as obras iniciadas na pandemia chegaram à etapa de consumir esses materiais. No agronegócio, safras acima do esperado levaram ao maior consumo de plástico para armazenagem. Na industria automotiva, o incentivo aos carros populares teve reflexos no setor – quanto mais popular, maior o teor de plásticos no automóvel.
Para o segundo semestre, sazonalmente mais forte para essa indústria, a expectativa é de queda da produção. Dessa forma, no ano, o crescimento acumulado deve ficar em 2,4% e, mesmo com essa expansão, o setor não vai retomar os níveis pré-pandemia. O custo estrutural elevado, diz Roriz, é o principal gargalo em termos de competitividade.
“Não é a alíquota de importação [de resinas termoplásticas] que tem de subir, porque isso vai tirar a competitividade da transformação brasileira. A solução é ter resina competitiva aqui para, além de atender ao mercado interno, conseguir exportar para outras regiões”, afirma o executivo.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original, acesse: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/09/20/china-ja-fornece-metade-do-plastico-importado-pelo-brasil.ghtml
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