Novo mês de dados do DataLiner: Exportações brasileiras via contêineres caem e importações crescem
nov, 01, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202341
Dados recém-divulgados pela equipe de Business Intelligence da Datamar sobre a movimentação de contêineres de setembro na Costa Leste da América do Sul apontam para uma queda nas exportações brasileiras e da Argentina.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Brasil exportou 2.028.466 TEUs. O volume é 3,4% inferior ao de igual período do ano passado. Em setembro, a queda foi de 3,8% em comparação com setembro de 2022, com o menor volume para o mês dos últimos cinco anos.
Confira a seguir um gráfico comparando as exportações brasileiras via contêineres nos nove primeiros meses do ano a partir de 2019. Os dados são do DataLiner:
Exportações Brasileiras via Contêineres| Jan-Set | 2019 – 2023 | TEU
Fonte: DataLiner
As exportações brasileiras de açúcar em contêineres continuam se destacando. No acumulado ao ano, as exportações de açúcar cresceram 69% em relação aos primeiros nove meses de 2022. Chama atenção o crescimento dos embarques para a Colômbia (+1064%) e China (+2.360%).
Importações
Já as importações brasileiras via contêineres apresentaram um crescimento de 5,2% no acumulado nos nove primeiros meses do ano em comparação com igual período de 2022. No mês de setembro, houve uma queda de 6,3% nos recebimentos, segundo os dados do DataLiner. Mesmo assim, os valores são superiores aos de setembro de 2021, 2020 e 2019.
Veja abaixo um gráfico que mostra o comparativo das importações brasileiras de janeiro a setembro nos últimos cinco anos:
Importações Brasileiras via Contêineres | Jan-Set | 2019 – 2023 | TEU
Fonte: DataLiner
Alguns dados de importação chamam a atenção. Um dos destaques é o aumento no recebimento de ferramentas de mão (+115%) no comparativo dos nove primeiros meses de 2023 com igual período de 2022.
O Brasil também recebeu mais sapatos do Vietnã (+138,9%) e importou mais copos de vidro. As importações de copos chineses, por exemplo, cresceram 83,8% no acumulado do ano.
Ainda sobre as importações chinesas, houve um crescimento muito significativo dos recebimentos de fertilizantes em contêineres (+345%) e de guarda-chuvas (+138,2%) nos novo primeiros meses do ano em relação a igual período de 2022.
Plate
Já na Argentina, que vive uma incerteza quando às eleições de seu futuro presidente, as exportações via contêineres caíram 7,2% no acumulado janeiro a setembro de 2023 em comparação com 2022. No nono mês do ano, a queda foi de 5% no mesmo comparativo.
As importações argentinas, por sua vez, caíram 9,8% no período de janeiro a setembro de 2023 em relação a 2022. No mês, a queda foi mais expressiva: 13,9%.
Por outro lado, as exportações uruguaias mantiveram-se estáveis, com um leve crescimento de 1,9% nos nove primeiros meses do ano em relação ao período de janeiro a setembro de 2022.
Em relação às importações uruguaias, os valores estão 6,9% superiores no acumulado de 2023 (janeiro a setembro) em comparação com 2022.
Fretes marítimos
Um dos termômetros do comércio exterior são os fretes marítimos. Através deles é possível determinar a demanda por importações e exportações de determinada região. Então, como estão os fretes marítimos na Costa Leste da América do Sul atualmente?
Segundo o boletim Platts, da S&P Global, as tarifas latino-americanas ganharam fôlego ao longo da última semana. As importações do Norte da Ásia para a Costa Leste da América do Sul aumentaram 30% na semana, atingindo US$ 2.600/FEU. De acordo com fontes do mercado, o salto se deve à falta de espaço nos navios, agravado pelas enchentes na região sul do Brasil.
“Há uma falta de espaço e as tarifas estão subindo”, disse um agente de cargas no Brasil. Uma segunda fonte de logística confirmou obstáculos de capacidade, citando um mercado movimentado com viagens em branco. “O mercado China x Brasil está bastante movimentado nas últimas semanas, viagens em branco, navios com lotação esgotada”, disse a fonte.
Já o frete da Costa do Golfo dos EUA para a Costa Leste da América do Sul – manteve-se estável em US$ 1.650. No entanto, as tarifas de retorno da ECSA para USGC aumentaram US$ 100, atingindo US$ 1.050/FEU. “Estamos entrando na alta temporada agora nas exportações do Brasil”, disse uma fonte de logística.
Em resumo, em meio a desafios no cenário de exportações e importações na América do Sul, os dados mais recentes do DataLiner revelam um panorama complexo para o comércio na região, influenciada por uma série de fatores econômicos e climáticos.
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