Exportadores de frutas cítricas buscam reatar acesso ao mercado dos EUA

A indústria citrícola argentina tem uma história pouco amigável com as regulamentações comerciais dos Estados Unidos. As importações de limões e outras frutas cítricas especiais argentinas foram interrompidas em 2001, apenas um ano após entrar no mercado dos EUA.

Embora as exportações de limões tenham sido readmitidas em 2018, os cítricos de casca fina permaneceram proibidos, uma medida que, segundo os argentinos, carece de justificativa científica e viola os Acordos Comerciais Mundiais.

José Carbonell, presidente da Federação Citrícola Argentina (Federcitrus), disse ao FreshFruitPortal.com que, embora a política não devesse estar envolvida nesse assunto, o caráter “inexplicável” da proibição os levou a ver a questão mais como uma “decisão política” do que um problema regulatório.

“Nossos cítricos são cultivados nas mesmas regiões que os cítricos uruguaios. E o Uruguai tem acesso aos EUA há anos, e não há explicação para isso”, diz ele.

Carbonell indica que a Argentina acaba de apresentar esta questão à Organização Mundial do Comércio (OMC), esperando retomar as negociações. No entanto, ele teme que, à medida que o país passa para um novo presidente, o senso de urgência possa ser perdido.

“É realmente inexplicável que tenhamos a dificuldade que estamos tendo para concluir este longo processo para os cítricos de casca fina. O Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS) está pedindo provas e demonstraçã]oes e cumprimos tudo isso ao longo dos anos. Nosso SENASA tem sido muito consistente, juntamente com o apoio do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que trabalharam de maneira muito responsável nessa questão. Hoje não há dever a cumprir, tudo está feito e o mercado deveria ser aberto”, acrescenta Carbonell.

Os Estados Unidos são um dos principais mercados de destino para a maioria dos produtores de frutas da América do Sul, um mercado que o setor agrícola argentino espera reconstruir.

“A Argentina tem todas as condições para exportar frutas de excelente qualidade. Tivemos bons resultados com os limões, porque nossa oferta está preenchendo uma lacuna no consumo, e temos confiança de que, com laranjas e, em menor medida, tangerinas, o mesmo acontecerá”, diz Carbonell.

Fonte: FreshFruitPortal

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