Navios em busca de rotas alternativas enfrentam superlotação de portos na África
dez, 22, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202346
Companhias de navegação que passaran a contornar o Cabo da Boa Esperança para evitar ataques houthis no Mar Vermelho têm dificuldade em escolher onde reabastecer tendo em vista a burocracia dos portos africanos, congestionamentos e instalações precárias, afirmam empresas e analistas.
Centenas de grandes embarcações estão mudando de rota ao redor da ponta sul da África, uma rota mais longa que acrescenta de 10 a 14 dias de viagem, para escapar de ataques de drones e mísseis lançados pelos houthis, que elevaram os preços do petróleo e as taxas de frete.
Os ataques de militantes apoiados pelo Irã têm prejudicado o comércio internacional pelo Canal de Suez, a rota marítima mais curta entre a Europa e a Ásia, que comporta cerca de um sexto do tráfego global.
Os principais portos da África do Sul, incluindo Durban, um dos maiores em termos de volume de contêineres, bem como os portos de Cidade do Cabo e Ngqura, estão entre os piores do mundo, segundo um índice do Banco Mundial de 2022 divulgado em maio.
“Mesmo no estado em que Durban se encontra agora, ainda é o porto mais avançado da África, então os navios que mudam de rota têm escolhas muito limitadas sobre onde atracar,” disse Alessio Lencioni, consultor de logística e cadeia de suprimentos, à Reuters.
Outros grandes portos africanos de águas profundas, como Mombaça, no Quênia, e Dar es Salaam, na Tanzânia, são muito mal equipados para lidar com o tráfego esperado nas próximas semanas, disse Lencioni.
A Maersk disse que os navios que contornam o Cabo, sempre que possível, tentarão abastecer na origem ou no destino.
“No caso de haver necessidade de abastecimento durante a viagem, será decidido caso a caso, com Walvis Bay (Namíbia) ou Port Louis (Maurício) sendo as principais opções”, disse um porta-voz.
CABO DAS TORMENTAS
Condições meteorológicas adversas com mares agitados, comuns no ‘Cabo das Tormentas’ e também no Canal de Moçambique propenso a ciclones, significam que os navios podem queimar seu combustível mais rapidamente, tornando os serviços de reabastecimento cruciais, disseram os armadores.
“Em Cingapura, estamos entregando volumes maiores de bunker para navios que agora farão viagens mais longas”, disse um porta-voz da TFG Marine, uma unidade do negociante de energia Trafigura.
A burocracia é uma preocupação. Em setembro, o serviço nacional de receitas da África do Sul deteve cinco navios tanker na Baía de Algoa sob suspeita de violação da Lei Aduaneira e do Imposto de Consumo. BP, Trafigura e Mercuria foram suspensas aguardando auditorias.
Desde que o abastecimento de navios offshore começou na Baía de Algoa em 2016, houve um aumento acentuado nos volumes de combustível e nos navios que o utilizam.
Um porta-voz da Heron Marine, afiliada da TFG Marine que opera na Baía de Algoa, disse que a empresa está trabalhando para gerenciar a necessidade de abastecimento. Mercuria e BP não responderam imediatamente às perguntas.
Em antecipação à necessidade de mais combustível marítimo, as importações devem aumentar para cerca de 230 mil toneladas em dezembro, dizem analistas.
“A África do Sul espera um recorde de importações de óleo combustível para dezembro”, devido à demanda por reabastecimento relacionada à crise houthi, disse Younes Azzouzi, analista de mercado da especialista em dados e análises Kpler.
Fonte: Reuters
Clique aqui para ler a matéria completa: https://www.reuters.com/business/ships-rerouted-by-red-sea-crisis-face-overwhelmed-african-ports-2023-12-22/
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