Agronegócio é responsável por 55% das exportações argentinas em 2023
fev, 15, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202407
As exportações do agronegócio constituíram 55% do total das exportações da Argentina em 2023, apesar de experimentarem uma queda de 36% em comparação com 2022 devido à seca, conforme relatado pela Bolsa de Valores de Rosário.
“O setor do agronegócio gerou exportações no valor de US$ 36,642 bilhões em 2023, marcando uma queda de 36% em relação a 2022”, afirmou o relatório. O documento também destacou que “as cadeias do agronegócio representaram mais da metade das exportações da Argentina”, embora “sua contribuição para o cenário de exportação geral tenha sido a mais baixa em mais de uma década”.
As exportações totais da Argentina no ano passado totalizaram US$ 66,701 bilhões, refletindo uma queda de 25% em relação ao recorde de US$ 88,446 bilhões em 2022.
Apesar dos efeitos adversos da seca, o agronegócio ainda compôs 55% do portfólio de exportação do país.
Dos 12 complexos de exportação primária, nove estiveram ligadas às cadeias do agronegócio, com as maiores quedas observadas nas três principais cadeias de grãos do país: soja, milho e trigo.
O relatório explicou: “Desde 2011, a participação do agronegócio nas exportações nacionais não esteve tão baixa; após atingir quase 70% das exportações totais em 2021, o agronegócio contribuiu com 55% das exportações da Argentina em 2023, em grande parte devido à severa seca.”
As exportações de trigo caíram 70% em comparação com 2022, registrando o menor volume desde 2014 e o menor valor desde 2015 (US$ 1,414 bilhão em comparação com US$ 4,702 bilhões em 2022).
O gráfico abaixo mostra as exportações de trigo da Argentina entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Os dados são do DataLiner.
Exportações de trigo da Argentina | Jan 2019 – Dez 2023 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O Brasil emergiu como o principal comprador de trigo, com US$ 924 milhões, seguido pelo Chile (US$ 249 milhões), Uruguai (US$ 47 milhões) e Bolívia (US$ 40 milhões).
Apesar de uma queda nas exportações de soja – 2023 marcou o menor valor de exportação desde 2009 – a indústria de oleaginosas permaneceu como o principal complexo de exportação da Argentina.
As exportações de soja registraram uma queda de 44% ano a ano, caindo de US$ 24,670 bilhões em 2022 para US$ 13,697 bilhões em 2023.
Os economistas Natalia Marín, Guido D’Angelo e Emilce Terré, autores do relatório, enfatizaram que “há mais de 20 anos não a Argentina não observava um volume de exportação de agronegócio tão reduzido devido à seca, especialmente considerando uma redução de 20% no plantio de soja duas décadas atrás.”
Além disso, 23% da área plantada de soja foi perdida, indicando danos significativos na safra.
Em termos de destinos, a Índia permaneceu como o principal comprador do óleo de soja argentino (US$ 1,387 bilhão), enquanto a China manteve sua posição como principal compradora de soja (US$ 1,021 bilhão).
D’Angelo observou: “As circunstâncias do ano passado foram sem precedentes, com a produção de soja atingindo mínimos não vistos neste século; por exemplo, um em cada quatro hectares plantados com soja não pôde ser colhido.” Ele também destacou o crescimento positivo em outros setores de exportação, como petróleo, gás e mineração.
As exportações de milho diminuíram 33% em 2023, com o menor volume desde 2018, em grande parte devido a uma redução de 22% na área plantada e ao pior rendimento desde 1996. No entanto, o plantio tardio de milho mitigou parte das perdas de produção.
Analistas da Bolsa de Rosário mencionaram que “os principais parceiros para o complexo de milho, assim como os destinos para a farinha de soja argentina, são países onde a tendência de alta nos rebanhos continua, indicando uma demanda promissora na recuperação esperada na próxima safra.”
As exportações de carne bovina, couros e peles viram uma queda de 17% no valor em comparação com 2022, apesar de um aumento de 16% na tonelagem exportada. Esses produtos geraram US$ 3,504 bilhões em 2023, com principais destinos incluindo China, Alemanha, Israel e Estados Unidos.
O gráfico abaixo mostra as exportações de carne bovina da Argentina entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Os dados são do DataLiner.
Exportações de carne bovina da Argentina | Jan 2019 – Dez 2023 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Entre os setores mencionados por D’Angelo, o setor automotivo experimentou um leve crescimento em 2023, embora o aumento das importações tenha contribuído para o déficit comercial do setor. Na mineração, o complexo de ouro e prata apresentou níveis de comércio semelhantes em 2022, enquanto o complexo de lítio registrou crescimento de exportação de dois dígitos.
Por fim, o aumento das exportações de petróleo em 2023 não conseguiu compensar a queda nos preços, resultando em um déficit na balança comercial do complexo de petróleo-petroquímico. No entanto, os preços internacionais reduzidos e a capacidade produtiva em Vaca Muerta reduziram a necessidade de importações, com o déficit caindo de quase US$ 7,3 bilhões em 2022 para US$ 2,135 bilhões em 2023.
Fonte: Télam
Clique aqui para acessar a matéria original em espanhol: https://www.telam.com.ar/notas/202402/654961-agroindustria-exportaciones-2023.html
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