Associações marítimas denunciam descaso com navios sequestrados
abr, 22, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202416
As principais associações marítimas do mundo denunciaram o aparente descaso em relação a situações dos trabalhadores marítimos mantidos como reféns.
“O mundo ficaria indignado se quatro aviões fossem apreendidos e mantidos como reféns, com pessoas inocentes a bordo. Lamentavelmente, não parece haver a mesma resposta ou preocupação relativamente aos quatro navios comerciais e às suas tripulações mantidos como reféns”, afirma uma carta aberta enviada por 16 organizações de navegação na semana passada ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Onze dias atrás, a Marinha da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC) sequestrou um navio porta-contentores pertencente a uma afiliada do bilionário israelita Eyal Ofer, Zodiac Maritime, e operado pela Mediterranean Shipping Co (MSC), perto do Estreito de Ormuz. Desde então, o MSC Aries, de 15.000 teus, foi levado para águas iranianas, onde está ancorado perto de outros três navios que o Irã apreendeu nos últimos meses.
Enquanto isso, um porta-aviões operado pela NYK, o Galaxy Leader, permanece em águas iemenitas, tendo sido sequestrado há seis meses pelos Houthis, enquanto ao largo do Chifre da África os piratas somalis retomaram atividades ilegais, raptando dois navios recentemente.
“Marítimos inocentes foram mortos, marinheiros estão sendo mantidos como reféns. Isto seria inaceitável em terra e é inaceitável no mar”, alertava a carta ao chefe da ONU, exigindo que o órgão internacional crie uma presença militar coordenada, missões e patrulhas reforçadas na região e que todos os esforços possíveis sejam levados a cabo para libertar os muitos marítimos atualmente mantidos como reféns no Oriente Médio.
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