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Inundações no Brasil afetam duramente as exportações

maio, 10, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202418

As já reduzidas perspectivas da safra de soja no Brasil enfrentaram ainda mais problemas devido às fortes chuvas e inundações mortais no Rio Grande do Sul, um dos maiores estados produtores do país.

A corretora com sede no Luxemburgo, BRS, revelou em seu último Boletim Semanal de Granel Seco que a empresa nacional de abastecimento Conab estimou que o clima ameaçaria 30% da soja não colhida, ou cerca de 7 milhões de toneladas.

Antes das fortes chuvas, a Conab esperava que a produção de soja no Rio Grande do Sul atingisse 21,89 milhões de toneladas, pois a temporada de colheita começou bastante bem para o estado, com o potencial de se tornar o segundo maior produtor de soja do Brasil.

A BRS acrescentou ainda que a extensão dos danos será difícil de estimar, pois havia uma parcela significativa de feijões ainda a serem colhidos na região central – cerca de 40% quando combinada com a região sul – e na parte norte do país, com cerca de 10%.

A Conab espera revisar sua previsão de produção nacional em meados de maio, com a previsão inicial sendo de cerca de 146,5 milhões de toneladas para a temporada 2023-24, cerca de 5,2% menor que o ano anterior. Isso já é menor que a previsão feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que estava em 155 milhões de toneladas, uma queda anual de 4,3% em relação à safra anterior.

O USDA vem prevendo que as exportações de soja do Brasil alcancem 103 milhões de toneladas nesta temporada, 7,8% a mais em relação ao ano anterior. Mas, tendo em mente as recentes inundações, os players do mercado poderiam reajustar suas expectativas para o restante da temporada.

A maioria espera que as exportações de soja do Brasil aumentem no segundo semestre de 2024 e gerem mais volume  para os navios Panamax e Kamsarmax na região da costa leste da América do Sul.

“Apesar da interrupção no Brasil, o terceiro trimestre  é geralmente o momento de pico das exportações do ano. Portanto, a análise sugere que o principal suporte para as taxas de frete do segmento na região terá que vir do lado do tonelagem”, disse a BRS.

O Rio Grande do Sul também é o principal produtor de arroz do Brasil, o que aumenta as consequências das recentes chuvas intensas e inundações nas commodities agrícolas e no comércio marítimo. A Platts acredita que os exportadores estão otimistas em relação aos 10-15% restantes da safra de arroz ainda não colhida, apesar dos danos causados pelas inundações.

Embora algumas áreas tenham escapado das inundações, o impacto direto em outras levanta preocupações sobre perdas potenciais e qualidade comprometida, deixando incerteza sobre a extensão dos danos, especialmente porque houve relatos de danos ao arroz armazenado em silos.

A Anec, uma associação que representa exportadores globais de grãos, disse no início desta semana que o acesso ao porto de Rio Grande – que está operando normalmente após uma paralisação completa – foi interrompido devido à interrupção de uma linha ferroviária local. Bloqueios de estradas estão forçando caminhões de grãos a percorrerem um trajeto extra de 400 quilômetros por rotas alternativas para chegar ao porto, o que está aumentando ainda mais os custos de frete.

Os relatórios mais recentes afirmam que as inundações mataram pelo menos 107 pessoas, com pelo menos 136 pessoas ainda desaparecidas e mais de 165.000 foram deslocadas de suas casas inundadas e resgatadas por barcos e helicópteros em cerca de 350 municípios.

Fonte: Splash 247

Clique aqui para ler o texto original: https://splash247.com/deadly-floods-in-brazil-hit-exports-hard/

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