Exportações da América Latina retomam crescimento após quase um ano de contração, diz BID

O valor das exportações de bens da América Latina cresceu a uma taxa de 1,3% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023, após ter caído no ano passado segundo relatório divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nesta terça-feira, 04 de junho.

O impulso nas vendas externas da região respondeu, principalmente, ao aumento dos volumes exportados pela América do Sul, de acordo com a última atualização das Estimativas das Tendências Comerciais da América Latina e do Caribe, que coleta os dados acumulados do primeiro trimestre deste ano. O valor das exportações da região havia caído 1,3% em 2023.

“As perspectivas melhoraram sensivelmente. Olhando para o futuro, o balanço dos riscos para o desempenho comercial da região parece neutro, embora a previsão aponte para uma trajetória de crescimento moderada e um alto nível de incerteza”, disse Paolo Giordano, economista principal do setor de integração e comércio do BID e coordenador do relatório, em comunicado à imprensa.

A evolução do desempenho das exportações variou no nível sub-regional. As vendas externas da América do Sul entraram em terreno positivo, apesar da queda dos preços das commodities.

As exportações do México desaceleraram e a expansão foi impulsionada apenas pelos preços, enquanto as vendas externas da América Central aprofundaram a queda iniciada no ano anterior.

Preços

Os preços das principais commodities exportadas pela região apresentaram maior volatilidade e tendências divergentes por produto.

No primeiro trimestre, as taxas de variação em relação ao mesmo período no ano anterior foram positivas para o café (36,9%), o açúcar (8,5%), o minério de ferro (1,9%) e o petróleo (1,0%).
Por outro lado, os preços da soja e do cobre apresentaram variação negativa (-20,9% e -5,3%, respectivamente) em relação ao primeiro trimestre de 2023.

O relatório antecipa que, embora os preços estejam em valores historicamente altos, “inserem-se em uma tendência de queda que é esperado que continue nos próximos trimestres, embora com menor intensidade do que a observada no último ano”.

Sub-regiões

O BID estima que as exportações da América do Sul tenham aumentado 1,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023, após uma queda de 4,5%, em média, no ano passado.

A reversão dos preços das commodities enfraqueceu o desempenho nessa sub-região, enquanto os volumes de vendas externas aumentaram significativamente.

As exportações da Mesoamérica — região que inclui o sul do México e os territórios da Guatemala, El Salvador e Belize, além das porções ocidentais da Nicarágua, Honduras e Costa Rica — registraram uma desaceleração, com um aumento estimado de 0,7% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período no ano anterior, após terem crescido 2,3%, em média, em 2023.

O México registrou um aumento nas vendas externas de 1,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023. As vendas externas da América Central contraíram 7,1%.

As importações totais da região, cujo valor havia registrado uma contração de 6,3% em 2023, continuaram a cair no primeiro trimestre de 2024 (-2,1% em relação ao mesmo período no ano anterior), embora a um ritmo mais lento.

O relatório analisa o desempenho das exportações de 18 países da América Latina com dados disponíveis no momento da publicação.

Fonte: Valor Econômico

Clique aqui para ler o texto original: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/06/04/exportaes-da-amrica-latina-retomam-crescimento-aps-quase-um-ano-de-contrao-diz-bid.ghtml

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