Queda de atividade no Porto de Natal preocupa setor produtivo
jun, 25, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202427
Em baixa desde a saída da CMA CGM, as constantes quedas na movimentação do Porto de Natal despertam preocupação das federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-RN) e da Agricultura e Pecuária (Faern). Conforme mostrado pela TRIBUNA DO NORTE, nos primeiros quatro meses deste ano, houve uma redução de 48,3% na movimentação portuária em comparação ao mesmo período do ano anterior. O cenário segue tendência de queda já observada em 2023, quando a movimentação total do ano registrou um decréscimo de 32,6% em relação ao ano anterior.
A Fecomércio alerta que a falta de estrutura adequada coloca o Estado para trás na concorrência com outros portos já consolidados, como o de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará. “Uma das dificuldades enfrentadas é a infraestrutura, tanto do próprio terminal, quanto de acesso no que diz respeito a questões como calado dos navios e as estruturas de defensas na Ponte Newton Navarro. Outra questão envolve o mercado, pois enfrentamos a concorrência de dois grandes portos”, comenta Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio-RN.
O presidente da Faern, José Vieira, diz que o Rio Grande do Norte perde a oportunidade de assumir o protagonismo na exportação de frutas. “O porto de Natal, por sua natureza, é um porto vocacionado para a fruticultura. O resultado é esse, não tem nenhuma surpresa. Na hora que a CMA, a CGM, sai do Estado por falta de estrutura e não tem outra empresa que venha ocupar o espaço, o resultado é esse”, afirma.
A redução da atividade no Porto de Natal é amplamente atribuída à falta de infraestrutura adequada. A ausência de dragagem adequada – processo para remover sedimentos do leito do rio e assegurar a profundidade necessária para a navegação – combinado à falta de defensas na ponte, são obstáculos que afastam grandes empresas da capital potiguar. Essa foi a justificativa para CMA CGM, maior operadora do Porto, deixar Natal e passar a atuar no Porto de Mucuripe, no Ceará.
A Fecomércio-RN defende a melhoria na infraestrutura do terminal para viabilizar o transporte de cargas entre os portos do País, a chamada cabotagem. “No contexto do comércio, a estruturação adequada seria fundamental, pois permitiria a navegação de cabotagem, que a Fecomércio RN tem sempre pautado como um dos caminhos para aumentar a competitividade do RN. Um dos gargalos enfrentados por nossas empresas é o alto custo do frete por avião ou rodovias, seja para importação quanto para exportação”, diz Queiroz.
Os dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) mostram entre cargas embarcadas e desembarcadas, 113.583 toneladas passaram pelo Porto entre janeiro e abril deste ano. Em 2023, que já havia sido um ano de baixa, o movimento de cargas nesse mesmo período foi de 219.866 toneladas. Das 113 mil toneladas, 82,9% das cargas foram no sentido desembarque, principalmente de trigo, e somente 17,1% das cargas foram embarcadas, sendo a maior parte de açúcar e pequenas remessas de melões, melancias e mamões.
Movimentação portuária cresce 5,92% no Brasil
Ao contrário do registrado no Porto de Natal, a movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 5,92% nos primeiros quatro meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. A movimentação portuária no primeiro quadrimestre deste ano foi de 413,5 milhões de toneladas de cargas. Os números também são da Antaq. Entre os produtos agrícolas, a soja (53,7 milhões de toneladas) apresentou um crescimento de 4% no período. O açúcar (9,2 milhões de toneladas) teve um crescimento de 72%, enquanto o café (1,1 milhão de toneladas) movimentou 80% a mais do que o verificado no primeiro quadrimestre de 2023.
Fonte: Tribuna do Norte
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