Importações de aço caem 23% após medida contra China
ago, 12, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202432
A alta de importações de aço no Brasil, especialmente da China, que chegou a 50% em 2022 e em 2023, começa a ser freada após o governo aumentar a tarifa sobre elas. Durante quase um ano, o setor desenhou alternativas com o governo federal e, em junho, as medidas começaram a valer. Embora a indústria admita ser cedo para medir resultados, atesta que, entre maio e junho, o volume de importações caiu 23% e deve fechar 2024 7% menor do que no ano anterior.
A projeção é do Instituto Aço Brasil, que apresentou os dados durante o 34º Congresso do Aço, que congrega as maiores lideranças da área em São Paulo na última semana. “Aquela farra do boi que existiu ao longo de todo o ano de 2023, em que entrava tudo o que podia entrar aqui com práticas predatórias, acabou por conta do [novo] sistema”, afirmou o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello durante o evento.
Com subsídios do governo da China, o aço asiático vinha entrando no Brasil abaixo do preço de custo da siderurgia brasileira, argumentam as indústrias. Elas pleiteram um aumento da taxação de 18 entre quase 300 produtos à base de aço no Brasil. O governo limitou o pedido a uma taxa de 25% sobre 11 produtos, paga quando o nível de importações supera 30% da média de 2020 a 2022.
O gráfico a seguir se baseia em dados derivados do DataLiner para mostrar a progressão das importações de aço da China registradas em portos marítimos brasileiros entre janeiro de 2021 e junho de 2024.
Importações de aço da China | Jan 2021 – Jun 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O cenário dos últimos anos foi a justificativa para que algumas das maiores siderúrgicas do Brasil anunciassem paralisações e demissões. Agora, o fator está fora da mesa, segundo Mello. “Do nosso lado, dissemos ao governo que vamos parar com as paralisações de plantas, fora ou uma outra que estavam no planejamento”, pontuou ele. O Brasil opera com cerca de 67% de sua capacidade produtiva de aço, atualmente, uma leve melhora em comparação ao cenário anterior, segundo ele.
Alguns projetos paralisados, como a planta da Gerdau em Barão de Cocais, na região central de Minas, não têm relação direta com a questão chinesa, segundo as empresas, e continuam suspensos. No caso da Gerdau, segundo a companhia, a interrupção do trabalho da fábrica, sua primeira em Minas, deveu-se à otimização da produção, com direcionamento de recursos para plantas mais produtivas, como a de Divinópolis.
Em conjunto, o setor do aço projeta um investimento de cerca de R$ 100 bilhões no Brasil de 2023 até 2028. O plano depende do sucesso do aumento da taxação dos importados, ponderou o recém-empossado presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil Sergio Leite. “O risco que existe é se esse sistema não apresentar o resultado que as empresas usaram para fazer a projeção”.
Inicialmente, a medida anunciada pelo governo em abril e colocada em prática em junho terá duração de um ano. Mas o setor espera que, caso seja necessário, o governo possa prorrogá-la.
Fonte: O Tempo
Clique aqui para ler o texto original: https://www.otempo.com.br/economia/2024/8/6/importacoes-de-aco-caem-23–apos-medida-contra-china—farra-do-
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