By EU Civil Protection and Humanitarian Aid
Navegação

Rios da América do Sul atingem níveis recordes baixos devido à seca no Brasil

set, 09, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202437

O Rio Paraguai, na América do Sul, uma via importante para o escoamento de grãos, atingiu um nível recorde baixo na capital do Paraguai, Assunção, com os níveis de água reduzidos por uma severa seca rio acima, no Brasil, que tem prejudicado a navegação ao longo das vias navegáveis na Amazônia.

A profundidade do Rio Paraguai, medida em relação a um índice “zero” do leito do rio, caiu abaixo de -0,82 metro, quebrando o recorde anterior de outubro de 2021, mostram os dados da Diretoria Nacional de Meteorologia e Hidrologia. A entidade prevê que o nível do rio continuará caindo sem previsão de chuva.

O Rio Paraná, na Argentina, também está próximo de atingir os menores níveis do ano nas proximidades do polo de grãos Rosário. Ambos os rios, Paraguai e Paraná, têm origem no Brasil, e se encontram e fluem para o mar perto de Buenos Aires. Eles são rotas importantes para a soja, milho e outros produtos comerciais.

“Na seção norte (da via navegável do Paraguai), a navegação está praticamente paralisada devido à queda extrema nos níveis de água,” disse a câmara de óleos e grãos CAPPRO do Paraguai à Reuters em comentários por escrito.

A câmara, cujos membros negociantes de grãos lidam com cerca de 60% das exportações de soja do Paraguai, afirmou que o baixo nível do rio está afetando os embarques, embora o impacto esteja limitado porque não é a temporada de pico de negociação.

“Os navios tiveram que transportar volumes abaixo da média de sua capacidade normal de carga,” disse a CAPPRO. “Isso gerou atrasos e prolongou os tempos de viagem.” Entre os membros da câmara estão ADM e Cargill.

CHUVAS ESPERADAS NÃO SERÃO SUFICIENTES

O sistema Paraguai-Paraná é uma via navegável de mais de 3.400 quilômetros que atravessa Argentina, Brasil, Uruguai, bem como o Paraguai e a Bolívia, que são países sem saída para o mar.

O Paraguai é o terceiro maior exportador de soja do mundo e cerca de 80% dos grãos viajam ao longo das vias navegáveis até os portos marítimos rio abaixo. A Argentina é o principal exportador de soja processada, a maior parte da qual desce pelo Paraná a partir da cidade portuária de Rosário.

O diretor adjunto da Diretoria de Meteorologia e Hidrologia do Paraguai, Jorge Sanchez, afirmou que a previsão para os níveis dos rios nos próximos meses não é animadora, mesmo com a tradicional temporada de chuvas de outubro-novembro se aproximando.

“Isso aliviaria o nível do rio, mas não se espera que seja suficiente,” disse Sanchez.

Espera-se menos chuva do que o normal na segunda metade do ano devido ao fenômeno climático La Niña, que traz condições mais secas e frescas para o Paraguai e a Argentina, embora geralmente indique clima mais úmido mais ao norte, no Brasil.

Sanchez mencionou que, neste ano, a La Niña foi atrasada e seus efeitos serão vistos apenas entre outubro e novembro. “Há uma grande variabilidade devido às mudanças climáticas,” acrescentou.

No Brasil, onde também ocorreram incêndios florestais recordes, os baixos níveis de água estão deixando algumas comunidades na Amazônia isoladas, além de afetar os embarques de soja e milho em estados do centro-oeste, como Mato Grosso, a principal área produtora de grãos do Brasil.

Reportagem de Daniela Desantis em Assunção e Lucinda Elliott em Montevidéu.

Fonte: Reuters

Clique aqui para ler o texto original: https://www.reuters.com/world/americas/south-americas-rivers-hit-record-lows-brazil-drought-impact-spreads-2024-09-09/

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