Com seca histórica, interrupção do fluxo no rio Amazonas pode ir até janeiro
out, 14, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202441
O fechamento do rio Amazonas para o tráfego de navios de carga devido a seca deverá perdurar ao menos até o fim deste ano, estimam empresas que atuam na região.
Há cerca de uma semana, a passagem das embarcações maiores ficou inviável devido à queda do nível do rio, mas as empresas já vinham utilizando o “plano B” criado para a seca desde meados de setembro — foram montados dois terminais flutuantes no trecho mais crítico, para que os navios façam o transbordo da carga para balsas, que conseguem operar mesmo com profundidade menor.
Outra rota alternativa que vem sendo usada é o transbordo da carga no porto de Vila do Conde (PA), mas o trajeto gera um adicional de dez dias na viagem, segundo Luís Resano, diretor-executivo da Abac (Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem). Segundo ele, a expectativa é que a situação perdure ao menos até dezembro.
Já Augusto Rocha, diretor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), prevê que a interrupção se estenda até janeiro, tal como se deu no ano passado.
Em 2023, a seca do rio Amazonas atingiu um patamar histórico mas, neste ano, a situação está ainda pior. Segundo os últimos boletins do Serviço Geológico do Brasil, o rio Negro, na estação do Porto de Manaus, registrou na última semana os níveis mais baixos da série iniciada em 1902.
No rio Amazonas, na altura de Itacoatiara (trecho crítico, onde os terminais flutuantes foram instalados), a profundidade também atingiu um patamar inferior ao registrado no ano passado, quando já houve uma seca histórica.
Apesar da seca maior, a expectativa de retomada das chuvas é mais positiva do que no ano passado, segundo Rocha. “Começou a chover antes. Neste ano, já temos chuva em outubro. Em 2023 só começou a chover em novembro”, afirma. Os últimos 30 dias de chuva no Norte do Amazonas já registram um volume de chuva maior do que nos últimos dez anos, o que é sinal de mudança, acrescenta.
Outra solução que vinha sendo esperada pelas empresas é a dragagem do rio Amazonas. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) contratou a DTA para realizar o serviço em setembro, e a draga já está em Manaus. Porém, Rocha não tem expectativa de que o serviço comece a tempo de ser uma solução para este ano, dado que, para o início do serviço, são necessários estudos ambientais e operacionais, considerando os riscos da dragagem ao meio ambiente.
Questionado a respeito, o Dnit afirma que “atualmente, as equipes estão em fase de mobilização para iniciar a dragagem, programada para a segunda quinzena de outubro”, no trecho entre Manaus e Itacoatiara. “A contratação terá um prazo de cinco anos, garantindo um serviço contínuo e essencial para a manutenção da navegabilidade”, diz o órgão.
O gráfico abaixo usa dados derivados do DataLiner para comparar o volume de exportação de cada mês no período que compreende os primeiros oito meses do ano entre 2021 e 2024. Os leitores podem solicitar uma demonstração no site da Datamar, linkado abaixo.
Exportações por Itacoatiara | Jan 2021-Ago 2024 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O Dnit também diz que “a licença necessária para a realização da dragagem foi expedida em junho, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPPAM), autorizando a dragagem na Hidrovia do Amazonas” e “durante todo o período das obras, a autarquia realiza a gestão ambiental das atividades, em conformidade com a legislação vigente”.
Fonte: Valor Econômico
Matéria original: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/10/13/com-seca-historica-interrupcao-do-fluxo-no-rio-amazonas-pode-ir-ate-janeiro.ghtml
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