Cultura do gergelim cresce no Brasil e aposta em mercado externo

A produtividade do gergelim, entretanto, permanece limitada por desafios técnicos, como a falta de mecanização específica e o problema da deiscência, que leva à perda de sementes durante a colheita.

A produtividade média do gergelim no Brasil ainda é considerada baixa, em torno de 510 quilogramas por hectare, bem inferior aos principais países exportadores. Segundo o relatório, investimentos no melhoramento genético das sementes são fundamentais para atender mercados mais exigentes e melhorar a produtividade.

No país, o Estado de Mato Grosso lidera a produção, representando 64% da área plantada, seguido do Pará e de Tocantins, com 22 e 13%, respectivamente.

No mundo, o gergelim é cultivado em 70 países, especialmente na Ásia e África, sendo que os principais países em termos de área plantada são Sudão, Índia, Myanmar e Tanzânia, responsáveis por aproximadamente 64% da superfície cultivada mundialmente, de 12,8 milhões de hectares, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) de 2022.

A variedade doce, mais aceita no mercado internacional para consumo humano, ainda é pouco cultivada devido a maiores perdas na colheita mecanizada e a sua menor produtividade. Ela é utilizada, por exemplo, para a produção de tahine e panificação, além de outros pratos do Oriente Médio, Ásia e África.

No cenário de exportações, em 2023, as exportações brasileiras de gergelim atingiram 151 mil toneladas, representando cerca de 42% da produção nacional.

A Índia desponta como o principal destino, absorvendo 38% do volume exportado, seguida pela Turquia e Guatemala.

O relatório aponta, no entanto, que a possível abertura do mercado chinês ao gergelim brasileiro pode representar uma grande oportunidade, pois a China é o maior importador global de gergelim, com 1,1 milhão de toneladas importadas em 2022​.

“Apesar do crescimento, a indústria do gergelim no Brasil enfrenta desafios importantes, como a baixa produtividade devido ao insuficiente conhecimento científico, tecnologias escassas, falta de mecanização específica e a deiscência das sementes, processo natural de abertura das cápsulas e liberação das sementes, e que pode levar a grandes perdas durante a colheita”, afirma.

O relatório aponta, ainda, que poucas empresas compradoras atuam no segmento no Brasil, tornando “essencial a escolha criteriosa dos parceiros, para minimizar os riscos associados às contrapartes. A escolha inadequada pode resultar em problemas de pagamento ou na não aceitação do produto, o que pode impactar negativamente a rentabilidade dos produtores”, alerta.

Fonte: Globo Rural

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