Crescem exportações brasileiras de milho
jul, 19, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana201930
O Brasil, segundo maior produtor e exportador de milho do mundo depois dos EUA, está acelerando suas exportações brasileiras rapidamente neste ano em meio a uma safra interna forte e à expectativa de uma queda na produção de milho dos EUA.
O país exportou 2,4 milhões de toneladas de milho entre os meses de maio e junho deste ano, o que é significativamente maior do que uma média de exportação de 343.415 toneladas durante o mesmo período nos últimos seis anos, de acordo com dados oficiais.
As exportações de milho do Brasil são geralmente as mais baixas no período de maio a junho. No entanto, a quantidade de milho exportada nos dois meses deste ano indica que os compradores estão buscando ativamente esse mercado alternativo.
Além da produção recorde, uma colheita antecipada e preços mais altos do grão grosso nos EUA também estão empurrando as exportações do país sul-americano acima do seu ritmo habitual.
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Vietnã, Japão e Coreia do Sul foram os principais compradores de milho brasileiro durante este período.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve produzir um recorde de 98,5 milhões de toneladas de milho em 2018-19, mas mesmo se levarmos em conta a produção maior, as exportações brasileiras de milho os últimos dois meses são consideravelmente maiores.
Quando a produção de milho do Brasil estava na alta anterior de 97,8 milhões de toneladas em 2016-17, as exportações de milho estavam em 873.200 toneladas no período de maio a junho de 2017.
O ano comercial de 2018-19 do Brasil, conforme definido pelo Departamento de Agricultura dos EUA, começou em março de 2019 e terminará em fevereiro de 2020.
Além disso, nas duas primeiras semanas de julho, as exportações de milho já atingiram 1,88 milhão de toneladas, enquanto as mesmas em todo o mês de julho de 2018 foram de 1,2 milhão de toneladas.
É provável que os EUA produzam 352,44 milhões de toneladas de milho em 2019-20, em comparação com 366,29 milhões de toneladas em 2018-19, de acordo com os dados mais recentes do USDA World Agricultural Supply and Demand Estimates.
Colheita inicial no Brasil
Outro fator por trás do aumento das exportações brasileiras é a colheita antecipada de milho. Como resultado disso, muito milho está disponível no mercado.
A safrinha, ou segunda safra de milho no Brasil, normalmente é plantada entre fevereiro e março após a colheita da soja e a colheita começa entre julho e agosto.
Mas a colheita antecipada de soja este ano incentivou os agricultores a plantar milho safrinha em um ritmo recorde, várias semanas antes do normal e dentro da janela ideal de plantio.
“O principal motivo (para as altas exportações) está relacionado à colheita antecipada do milho segunda safra – só para colocar em perspectiva que Mato Grosso e Paraná iniciaram a safra em maio, atingindo 3,5% e 3% das áreas colhidas, respectivamente – normalmente, começa em junho “, disse Victor Ikeda, analista sênior do Rabobank Brasil. “Isso resultou em um volume disponível de milho para exportação mais cedo do que na última temporada”, acrescentou.
Competitividade de preço
Segundo o analista do Rabobank, Ikeda, os preços de exportação do milho brasileiro no porto de Paranaguá são 10% menores do que os do porto de Nova Orleans, nos EUA.
A alta recorde de produção no Brasil e na Argentina também deve manter os preços globais do milho sob pressão, de acordo com participantes do mercado.
“A produção mais alta nas histórias brasileira e argentina tem sido a principal razão que está limitando uma forte tendência de alta nos preços”, disse Ikeda.
Fonte: S&P Global
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