Cedro conquista terminal de minério no RJ
dez, 20, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202448
Em um leilão sem concorrência, a Cedro Participações, empresa de Minas Gerais do empresário Lucas Kallas, conquistou o terminal de minério de ferro ITG 02, no porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O grupo ofereceu uma outorga de R$ 1 milhão pelo contrato, que terá 35 anos de duração. A concorrência foi realizada na quarta-feira (18), na sede da B3, em São Paulo.
Trata-se de um empreendimento novo, que terá de ser construído do zero no local e deverá demandar investimentos em torno de R$ 3,53 bilhões.
O terminal é uma demanda antiga de mineradoras de menor porte, que hoje dependem dos terminais da Vale e da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para escoar a produção em Itaguaí. O local do novo projeto é conhecido como “área do meio”, porque está entre os dois terminais das companhias.
Ao comemorar a conquista, José Carlos Martins, conselheiro do grupo Cedro, destacou que a mineradora passará a ter um canal de escoamento próprio e que a ideia é ter um terminal de uso aberto. “Somos uma empresa privada de médio porte, que, pela primeira vez, vai ter acesso a um porto para transporte de minério”, disse o executivo.
O empreendimento, em sua fase inicial, deverá ter capacidade para movimentar 20 milhões de toneladas de minério por ano, mas com possibilidade de expansão futura. A construção deverá levar em torno de quatro anos.
Hoje, a produção da Cedro é de 7 milhões de toneladas por ano, somando as minas de Nova Lima e de Mariana, ambas em Minas Gerais. Porém, Martins afirma que há um plano de expansão que deverá elevar a produção a uma faixa entre 20 milhões e 25 milhões de toneladas anuais, em um prazo de até cinco anos.
“Estamos olhando esse investimento para o futuro. No momento, vendemos no mercado interno. Vamos continuar, mas a gente sabe que, para o futuro, com a ampliação da produção do Brasil, vai haver uma escassez de porto e já estamos nos preparando. Esse terminal vai demorar quatro anos para ser construído. Até lá, vai ser ainda mais necessário do que é hoje”, afirmou.
Questionado sobre o acesso à ferrovia da MRS, que tem como acionistas a CSN, a Vale, a Usiminas e a Gerdau, Martins diz que essa não é uma preocupação. “A MRS é uma ferrovia de uso aberto, não é cativa. Essa é uma questão que não nos preocupa no momento. Como temos prazo para construir o porto, até lá vai se adaptar”, disse o executivo.
Aqui está um gráfico que mostra o volume de exportação de minério de ferro registrado para o Porto de Itaguaí entre janeiro de 2021 e outubro de 2024. Essas informações poderosas foram derivadas do DataLiner. Os leitores podem solicitar uma demonstração de acesso por meio do link abaixo.
Exportações de minério de ferro de Itaguaí | Jan 2021 – Out 2024 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Além da licitação do terminal em Itaguaí, o governo federal também realizou o leilão de outros dois terminais de menor porte na quarta-feira.
O terminal de granéis sólidos em Santana, no Amapá, o chamado MCP 03, foi conquistado pela Rocha Granéis Sólidos de Exportação. Após longa disputa de lances em viva-voz, a empresa terminou com uma oferta de R$ 58,06 milhões de outorga pelo ativo, que é focado principalmente na movimentação de soja e milho.
Participaram da licitação outros três concorrentes: a Cianport (Companhia Norte de Navegações e Portos) terminou a disputa com proposta de R$ 58,05 milhões; a Arco Norte Infraestrutura e Logística ofereceu R$ 40 milhões; e a Atena Fundo de Investimentos propôs R$ 1 milhão de outorga. O contrato, de 25 anos de duração, prevê R$ 89 milhões de investimentos.
O terminal já está em operação – pela Cianport, que tem contrato de transição -, mas com o novo arrendamento, a previsão é mais do que dobrar a área, dos atuais 4,9 mil m2 para cerca de 11,7 mil m2, e construir novos silos no local, para ampliar a capacidade.
Também foi licitado o terminal MAC 16, no porto de Maceió, destinado ao fluxo de granéis sólidos minerais, que foi conquistado pelo Consórcio Britto-Macelog. O grupo é formado por duas empresas que já operam no local: a Macelog (Maceió Logística e Serviços Portuários), especializada em operações de granéis sólidos, cargas conteinerizadas, açúcar ensacado e carga geral, e a Irmãos Britto, que também atua em outros seis portos do Nordeste.
O grupo ofereceu outorga de R$ 1,45 milhão pelo ativo, após disputa por lances em viva-voz contra outros dois concorrentes: a SC Portos Operações Portuárias e a Intermarítima. O novo contrato terá duração de cinco anos, com possibilidade de prorrogação, e prevê R$ 6,1 milhões de investimentos em obras.
Este foi o segundo leilão portuário deste ano – em agosto, outros cinco ativos foram licitados. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, comemorou o resultado e disse que planeja encaminhar ao Tribunal de Contas da União (TCU), nos próximos 60 dias, o projeto do megaterminal de contêineres de Santos, o chamado STS 10. “Em 2025, este será o maior leilão da história portuária, que vai dobrar a capacidade de contêineres em Santos”, disse ele.
O ministro afirmou ainda que a meta é chegar a 55 leilões nos quatro anos de governo. “Será o maior volume de concessões portuárias da história do país.”
Por Taís Hirata
Fonte: Valor Econômico
Matéria disponível em: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/12/19/cedro-conquista-terminal-de-minerio-no-rj.ghtml
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