Porto de Chancay supera portos chilenos na rota para a Ásia

A preocupação cresce no Chile após uma empresa de navegação chinesa anunciar o cancelamento da rota direta da Ásia para o terminal marítimo de Lirquén, na região de Bío Bío, em favor do Megaporto de Chancay, no Peru.

A mudança evidencia a perda de competitividade dos portos chilenos no comércio marítimo da Ásia-Pacífico. Além disso, o Terminal Multipropósito de Chancay vem se consolidando como um potencial hub portuário na América do Sul.

A Orient Overseas Container Line (OOCL) lançará o serviço Chancay Express, que partirá do Peru para San Antonio e Lirquén, antes de retornar e seguir para a China, garantindo uma rota mais direta para os mercados asiáticos. Isso elimina a conexão transoceânica direta com o terminal da região de Bío Bío.

O novo serviço via Chancay começará a operar em março de 2026. Enquanto isso, o porto de Lirquén movimentou cargas que superam US$ 8 bilhões nos últimos três anos, um volume que pode ser impactado.

Empresários chilenos manifestaram preocupação com os impactos sobre o emprego local. Álvaro Ananías, presidente da CPC Bío Bío, afirmou que a mudança afetará tanto o volume de carga movimentado quanto os postos de trabalho.

Já Alfredo Meneses, líder da Asexma, atribuiu a situação ao fato de o porto peruano ser considerado um centro logístico estratégico. “O Chile, infelizmente, está ficando para trás, e nossas cargas terão que ir para Chancay e, de lá, para a China”, afirmou.

Francisco Verscheure, diretor de Operações da DP World Lirquén, ressaltou o dinamismo do mercado logístico global e afirmou que o Chile também está se adaptando a essa tendência. Ele garantiu que a DP World Lirquén, que opera cerca de 150 navios porta-contêineres por ano, segue como um ator relevante no comércio internacional da região centro-sul do país.

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