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Guerra comercial entre EUA e China favorece exportações brasileiras de algodão

out, 28, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201944

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China vem impactando em todo o comércio internacional. No dia 15 de outubro, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional alertou que a guerra comercial reduzirá o crescimento global de 2019 a seu ritmo mais lento desde a crise financeira de 2008 e 2009.

Diante dessas informações, a Datamar, consultoria especializada na análise de comércio exterior via modal marítimo da América do Sul, realizou um estudo sobre os efeitos da guerra comercial para algumas das principais commodities brasileiras, como o algodão.

“Desde julho de 2018, o algodão norte americano recebeu uma sobretaxa de 25% na China. Isso abriu oportunidades para outros exportadores dessa commodity, principalmente Brasil e Austrália. E, ao contrário da soja e da carne suína, que tiveram reversões nas sobretaxas para produtos norte americanos, a do algodão continua”, afirma Andrew Lorimer, diretor da Datamar.

De acordo com o executivo, o cenário internacional aliado à uma safra recorde em 2019 criou uma oportunidade interessante para a exportação brasileira de algodão. “Resta a dúvida de quanto tempo essa oportunidade irá durar, já que uma revisão chinesa dessa sobretaxa pode mudar o mercado novamente em um período muito curto de tempo”, completa.

Vale lembrar que o Brasil produziu cerca de 2 milhões de toneladas de algodão na safra 2018/2019, 400 mil toneladas a mais que na safra anterior. O consumo interno de algodão é de cerca de 700 mil toneladas e esse excedente precisa ser exportado.

Os EUA eram os principais fornecedores de algodão para a China e com a guerra comercial este posto passou a ser ocupado pelo Brasil e Austrália.

Com isso, as exportações brasileiras de algodão aumentaram 134% no acumulado jan-ago em relação a 2018, chegando a 623 mil toneladas. No acumulado ago/2018, a China foi responsável pela compra de 5,9 mil toneladas do algodão brasileiro, equivalente a 2% de toda exportação desse produto. No mesmo período de 2019, a China já comprou 150 mil toneladas, e se tornou responsável pela compra de 24% de toda exportação de algodão (dados MDIC).

Essa e outras análises do comércio exterior brasileiro e de toda a costa leste da América do Sul, além do Chile estão disponibilizadas a clientes da Datamar a partir do DataLiner, carro chefe da empresa. O DataLiner é um banco de dados que fornece uma visão completa do fluxo marítimo de Comércio Exterior da América do Sul. Inclui informações sobre os armadores, navios, portos e terminais, exportadores e importadores, além de mercadorias embarcadas, bem como suas origens e destinos.

Recentemente, a Datamar lançou dashboards intuitivos para unir informações do DataLiner com diversas outras fontes de informação, resultando em uma ferramenta analítica mais fácil de compreender e manusear.

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