Rumo não vê impacto de coronavírus na China sobre embarques de soja do Brasil, diz CEO
mar, 09, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202011
A Rumo, empresa de logística da Cosan, apresentou, nesta segunda-feira, dia 09 de março, as expectativas da empresa para 2020 no seu evento Cosan Day. Na ocasião, o presidente da companhia, João Alberto Abreu, informou que a empresa não sentiu “nenhum impacto” da epidemia do coronavírus na China sobre os embarques de soja do Brasil.
Segundo ele, o “lineup” de navios para soja no porto de Santos “é bastante robusto”. “O que temos feito é monitorar o esmagamento da China”, disse ele, acrescentando que o processamento da oleaginosa no maior importador global da commodity voltou aos níveis “originais” após o feriado do Ano Novo Lunar, que foi estendido em função do aumento dos casos de coronavírus.
Para Abreu, o Brasil é o maior exportador de soja do mundo e deve participar este ano do mercado chinês com volumes semelhantes aos vistos no ano passado, de acordo com as informações disponíveis.
Dados da Administração Geral de Alfândega apontam que as importações totais de soja pela China nos primeiros dois meses de 2020 aumentaram 14,2% em relação a 2019. Porém, no mesmo período, os chineses compraram 25% menos soja do Brasil, ante o ano passado.
Apesar disso, a avaliação do analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, é de que o Brasil segue bem nas exportações. “Antes de mais nada é preciso lembrar que no começo de 2019 a guerra comercial entre China e Estados Unidos tinha acabado de começar e toda a demanda chinesa se voltou para o Brasil, não comprando nada dos americanos. Agora, o Brasil segue como principal exportador para os chineses, mas divide a demanda com os EUA”, afirma.
“Exportações fortes de soja no 2º semestre do Brasil não é o normal. Isso era uma distorção que começou em 2018, com o começo da guerra comercial entre China e EUA. A partir deste ano, a tendência é que os embarques comecem a voltar para a normalidade, ou seja, o Brasil tem vendas fortes no 1º semestre e o 2º o volume cai bastante, afinal a China buscará soja nos EUA”, diz Gutierrez.
O gráfico a seguir, feito com dados do DataLiner, da Datamar, mostram as exportações brasileiras de soja para a China e para o resto do mundo no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2019:
Fonte do gráfico: DataLiner/Datamar
Fontes: Reuters e Canal Rural
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