Argentina não participará de futuras negociações comerciais do Mercosul
abr, 27, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202019
O governo argentino informou aos demais países do Mercosul que não irá mais participar das negociações em andamento para futuros acordos comerciais do bloco. Apesar disso, manterá as negociações que já estão em conclusão, com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
De acordo com o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, embaixador Pedro Miguel Costa e Silva, o comunicado da Argentina foi feito durante a reunião por videoconferência dos coordenadores nacionais do Mercosul, na última sexta-feira, 24 de abril.
“As negociações com UE e EFTA eles vão concluir com a gente porque já estão fechadas. No caso das demais —Coreia do Sul, Cingapura, Canadá, Líbano, e íamos iniciar outras—, eles abandonam o barco”, disse o embaixador em entrevista à Reuters. “Não foi uma surpresa. Desde que mudou o governo sabíamos que iam mudar a linha”.
O EFTA é formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina justifica que: “A Argentina deixou claro que a incerteza internacional e o estado de nossa economia sugerem interromper o progresso nessas negociações”.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, além de não participar mais das futuras negociações do Mercosul, a Argentina já enviou outro recado nos bastidores para os demais sócios do bloco: não participará, mas também não obstruirá, qualquer movimento de redução unilateral da Tarifa Externa Comum (TEC).
A TEC é aplicada conjuntamente pelos países do Mercosul sobre produtos importados de outros mercados. É o que transforma o bloco em uma união aduaneira, segundo estágio nos processos de integração, acima de uma mera zona de livre comércio.
Vale observar, portanto, que uma eventual redução da TEC por Brasil, Uruguai e Paraguai — sem a Argentina — ameaça transformar a tarifa comum, já cheia de exceções, em uma peça de ficção. Seria o sepultamento da união aduaneira.
Fontes: Reuters e Valor Econômico
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