Porto de Buenos Aires, na Argentina: incerteza horas antes do término das atuais concessões
maio, 14, 2020 Postado porSylvia SchandertSemana202021
A pouco menos de 24 horas para o vencimento das concessões dos terminais do porto de Buenos Aires, reina a incerteza sobre a forma como o governo da Argentina resolverá esse processo.
Atualmente, a área chamada Puerto Nuevo está dividida em três grupos operacionais: o principal é o Terminal de Rio da Prata (TRP), que opera as zonas 1, 2 e 3 e tem como acionistas a DP World e o grupo local Román; seguido em importância pelo terminal 4, operado pela APM Terminals e, em terceiro lugar, a Hutchinson Ports, no comando do terminal 5.
As concessões das áreas para estes grupos começaram em 1994 e conseguiram se estender por várias vezes. Vencem nesta sexta-feira, dia 15 de maio, sem se ter a certeza sobre a determinação final que o governo adotará.
Neste contexto, existem duas alternativas: uma é que o Estado chegue a um acordo com as concessionárias e as condições atuais sejam mantidas por mais dois anos.
O segundo seria encerrar as concessões, conceder o poder à AGP – Administração Geral de Portos da Argentina – ou seja, ao Estado nacional – e converter os grupos concessionários em licenciados para o uso de cada um dos terminais em que operam.
A tensão no relacionamento entre os terminais TRP e APM começou em 2018 com a absorção da Hamburg Süd pela Maersk, que busca unificar suas cargas locais no Terminal 4, operado pela APM e que vem sentido alta pressão por parte do TRP, cujas cargas recebidas da Maersk e da Hamburg Süd representam 78% do total de suas operações.
Já na opção por se encerrar as concessões, o próprio estado seria o responsável por distribuir as cargas entre os três terminais que, por sua vez, deixariam de ser concessionários para se tornarem licenciados pelo uso da terra e das docas atualmente em operação. Essa opção deve ser adotada se a extensão das concessões não for acordada até sexta-feira.
Vale lembrar que a ideia do governo anterior, de Mauricio de Macri, era entregar as atividades do terminal marítimo de Buenos Aires a um único operador internacional. Já o atual governo busca a distribuição do porto entre dois operadores, no máximo, levando em conta a nova realidade econômica mundial e a queda de quase 30% nos volumes movimentados pelo porto, fenômeno acentuado pela crise de Covid-19,
Fonte: Mundo Marítimo
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