Escalas de Navios

Escalas de navios contêineres nos portos brasileiros caem 5,6% em outubro na comparação anual

nov, 04, 2020 Postado porSylvia Schandert

Semana202046

Em outubro, as escalas de navios contêineres nos portos brasileiros caíram 5,6% em relação a igual mês do ano passado como reflexo da pandemia causada pelo novo coronavírus, que reduziu o nível de atividade das indústrias, o consumo das famílias e, consequentemente, as importações via portos . Em Santos, a queda foi de 7,2%. Vale destacar que o mês de outubro foi o que mais registrou escalas de navios em todo o ano de 2019.

Apesar disso, na comparação entre outubro e setembro de 2020, houve crescimento de 6,6% nas escalas de navios. Em Santos, o crescimento foi maior, de 9,15%, o que mostra uma recuperação da atividade. Já no comparativo janeiro a outubro de 2019 e 2020, os resultados ainda são negativos, com queda de 4,1% no número de escalas. Em Santos, no comparativo ano a ano, a queda foi de 5,5%.

Confira no gráfico a seguir o histórico mês a mês a partir de janeiro de 2019:

Escalas de navios contêineres | Jan 2019 a Out 2020
Fonte: DataLiner
A tabela a seguir mostra  o comparativo das escalas de navios por porto no acumulado janeiro a outubro de 2019 e 2020:
Escalas de navios contêineres nos portos brasileiros – Acumulado Jan a Out 2019-2020
wdt_ID Ports 2019 2020 Diff %
1 Itaqui 5 28 460%
2 Natal 33 34 3%
3 Navegantes 436 446 2%
4 Paranagua 644 654 2%
5 Porto De Itaguai 257 258 0%
6 Manaus 175 175 0%
7 Itajai 366 360 -2%
8 Pecem 325 317 -2%
9 Fortaleza 56 53 -5%
10 Santos 1.691 1.598 -5%
11 Salvador 431 404 -6%
12 Vitoria 158 146 -8%
13 Itapoa 491 453 -8%
14 Rio De Janeiro 512 472 -8%
15 Suape 419 384 -8%
16 Vila Do Conde 145 132 -9%
17 Rio Grande 431 390 -10%
18 Imbituba 48 43 -10%

Vale destacar que esse crescimento do Porto de Itaqui deve-se ao fato de que em agosto de 2019 começou uma fase de teste para um serviço regular que se concretizou em fevereiro/2020

Em relação aos blank sailings, a previsão é de apenas uma escala em branco para o mês, do armador PIL, na semana 47, no trade da Ásia (FEAS) – Serviço Sino South America.
Desempenho do Porto de Santos

Uma reportagem divulgada no último dia 02 de novembro pela Folha de S. Paulo destacou o fato de que o boom do agronegócio camuflou a queda na circulação de contêineres no porto de Santos, já que os dados relativos à movimentação de cargas no local divulgados pela autoridade portuária indicam que 2020 está sendo um ano positivo, puxado principalmente pela movimentação de cargas sólidas a granel,  principalmente pelas exportações de açúcar, milho e soja.

A Agência Nacional de Transportes – Antaq, acredita que  a queda observada na movimentação de cargas conteinerizadas no Porto de Santos responde exclusivamente a fatores conjunturais, e não a fatores estruturais de longo prazo. Na avaliação da entidade, a queda observada na movimentação de cargas conteinerizadas está coerente com os efeitos adversos da pandemia de Covid-19 sobre o nível de atividade e consumo das famílias, especialmente no âmbito nacional. A agência apontou que o porto de Santos concentra o maior parque industrial e o maior mercado consumidor do país. “Lembremos que o surto de Covid-19 no Brasil teve início no estado de São Paulo, o que levou o governo estadual a imediatamente adotar fortes medidas restritivas à circulação de pessoas, ao funcionamento do comércio e serviços, e exigindo cuidados redobrados no funcionamento das indústrias”, disse a Antaq, em nota.

A opinião é compartilhada pelo diretor de operações da SPA, autoridade portuária de Santos, Marcelo Ribeiro. “É a conjuntura. Quando você pega os dados do porto em exportação e importação, vê que, normalmente, exporta 70% e importa 30% das cargas movimentadas. Mas hoje ele está fazendo 74% de exportação e 26% de importação, e isso é fruto da conjuntura”, diz Ribeiro.

A SPA diz que a queda era esperada e é coerente com os efeitos da pandemia. Ao mesmo tempo, entende que os quatro primeiros meses mostraram resiliência do porto em meio à pandemia, com crescimento das exportações.

Já os portos da região Sul do Brasil foram beneficiados com o crescimento das exportações de proteína animal, principalmente para a China, que sofre com a gripe suína africana, que dizimou seus rebanhos de porcos, diminuiu as reservas governamentais da proteína e levou o país à recorrer às importações para alimentar sua população.

Com informações da Folha de S. Paulo

 

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