Exportações de madeira nativa estão paradas no Norte do país
set, 17, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202136
As exportações de madeira nativa do Brasil pelos portos de Rondônia e do Pará estão paralisadas há cerca de 90 dias, à espera de liberação do Ibama
para embarque. São cerca de 3,5 mil contêineres parados nos pátios das alfândegas com quase 90 mil metros cúbicos de produtos florestais de alto valor agregado, como cortes de cumaru, ipê, jequitibá, angelim e cedro-rosa.
As 200 empresas do ramo afetadas estimam o valor das cargas em mais de R$ 1,5 bilhão e reclamam dos prejuízos com multas diárias de US$ 150 por carga atrasada.
Há ainda caminhões carregados de madeira nos postos de fronteira do Brasil com Argentina, Uruguai e Peru, à espera da mesma autorização. Nesses casos, a multa diária é de US$ 300. Os principais destinos dos navios que saem pelo Norte do país são França, Holanda, Dinamarca, EUA, Itália, Alemanha e Suécia. Alguns contratos já foram quebrados, e as madeireiras – que falam em “colapso” e “desespero”, por não conseguirem faturar – deram férias coletivas e aviso prévio a funcionários.
A situação chegou a esse ponto depois que o Ibama foi obrigado, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), em maio, a retomar a emissão de autorização específica para a exportação de produtos florestais nativos, o que tornou o processo mais rígido – e bem mais demorado. Antes, o procedimento era automático, pois as cargas chegam aos portos já fiscalizadas e liberadas pelos órgãos estaduais de meio ambiente e pela Receita Federal.
Fonte: Valor Econômico
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