TIL planeja investir R$ 2 bi no em ampliações em SP e SC
dez, 13, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202148
O grupo suíço Terminal Investment Limited (TIL) pretende investir mais de R$ 2 bilhões no Brasil, sozinho ou junto com seus parceiros, para ampliar suas operações portuárias em Santos (SP) e em Navegantes (SC). Também se prepara para disputar o STS 10, novo “superterminal” de contêineres que deverá ser licitado no fim de 2022, no estuário santista.
O roteiro dos investimentos foi traçado pelo executivo brasileiro Patrício Junior, diretor da TIL responsável pelos negócios na América Latina e no Caribe, região onde a empresa opera em oito portos diferentes, como Callao (Peru) e Valparaíso (Chile).
Controlada pela MSC, uma das maiores companhias de navegação do mundo, a TIL pretende formalizar no primeiro trimestre de 2022 investimento de US$ 150 milhões – cerca de R$ 830 milhões pelo câmbio atual – na Portonave. Localizado em Navegantes e adquirido da Triunfo em 2017, esse porto privado tem capacidade para movimentar 1,3 milhão de TEUs anualmente e é considerado um dos mais eficientes do país.
O problema é que restrições operacionais limitam o porto ao recebimento de navios com até 350 metros de comprimento – e sem capacidade máxima. Com as obras previstas nos berços de atracação, a Portonave poderá receber embarcações com 366 e 400 metros, totalmente cheios.
Em Santos, onde a TIL detém 50% da Brasil Terminal Portuário (BTP), o plano é investir R$ 1,4 bilhão para ampliar as operações. Como contrapartida, a BTP já protocolou pedido na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para estender seu contrato de arrendamento por 20 anos, até 2047. O pacote de melhorias prevê reforço de quatro portêineres, 27 guindastes sobre pneus e 46 carretas. Também faz parte do projeto a readequação de edificações e aumento da área “reefer”.
A TIL pretende ainda entrar na disputa pelo novo terminal STS 10, no Cais do Saboó, em uma região hoje conhecida como “Faixa de Gaza” pela divisão de áreas em pequenas operações. Um dos espaços é hoje ocupado pela Ecoporto, da Ecorodovias, cujo arrendamento termina em junho de 2023 e não será prorrogado.
O STS 10 deverá ser o maior arrendamento portuário da história de Santos. A previsão é receber R$ 2,2 bilhões em investimentos. De acordo com Patrício Junior, TIL e APM Terminals (da dinamarquesa Maersk) – que são sócias na Brasil Terminal Portuário – devem entrar separadas na licitação, conforme o grau de ambição de cada uma. Depois, eventualmente, podem até pensar em algum arranjo societário.
Questionado sobre o interesse da TIL na privatização da Santos Port Authority (SPA), que administra o condomínio portuário, Patricio Junior diz que a empresa estudará participar de um consórcio. O modelo do governo prevê que companhias de navegação e operadoras de terminais poderão ter, no máximo, 15% de fatia em consórcios. Na avaliação dele, é o suficiente para permitir que pelo menos essas partes tenham um lugar no conselho de administração e voz sobre o que precisa ser feito.
Fonte: Valor Econômico
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