Porto de Sines é alternativa de Portugal para levar gás de outros países à Europa
mar, 09, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202210
A cidade portuguesa de Sines quer ser alternativa para a entrada de gás de outros países para abastecimento da Europa. Na terça-feira, o autocrata Vladimir Putin ameaçou cortar o abastecimento da Rússia para o continente.
Esta é a estratégia do governo de Portugal para ajudar a reduzir, ao menos em parte, a dependência europeia do fornecimento russo, diversificando rotas de distribuição.
Com menos de 15 mil habitantes, Sines fica no litoral do Alentejo e possui um porto de águas profundas. É onde os navios russos desembarcam gás em Portugal.
Em entrevista coletiva, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, explicou como poderiam ser as operações, que não são tão simples e dificilmente seriam a curto prazo.
— De Sines, o gás pode ir por mar ou por terra. Por terra, precisa de um gasoduto. Neste momento, há duas interconexões de gás entre Portugal e Espanha, queremos construir uma terceira e queremos que haja mais uma interconexão entre Espanha e França, para que o gás possa chegar à Europa central e de leste — disse Silva.
Países africanos e os EUA aparecem como prováveis fornecedores, segundo Silva. Portugal recebe 60% da Nigéria, 25% dos norte-americanos e 10% dos russos atualmente. Um navio da Rússia atracou no sábado sob protestos e outros desembarques estariam previstos.
O presidente do porto de Sines, José Luís Cacho, admitiu em entrevista ao Jornal de Negócios a possibilidade de construir um novo terminal para receber mais navios. Além disso, segundo ele, seria viável aumentar a capacidade de armazenamento no local, que conta com três tanques.
Na terça, a União Europeia anunciou o objetivo de diversificar fontes de energia e reduzir a dependência do gás da Rússia, que incluiu Portugal na lista de países hostis.
Mas o bloco esbarra no problema de transporte por terra a partir da Península Ibérica. Apesar de Bruxelas considerar importante um gasoduto entre Espanha e França, as agências reguladoras dos dois países vetaram a execução no passado.
Fonte: O Globo
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