Produção agroindustrial voltou a dar sinal de reação em março
maio, 10, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202220
Após uma sequência de oito variações interanuais negativas, iniciada em julho de 2021, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) encerrou março com alta de 1,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, garantida por um avanço de 3,8% no grupo formado por alimentos e bebidas – na área de produtos não alimentícios ainda houve queda, embora marginal (0,2%). Ante fevereiro, o PIMAgro subiu 0,7%, o quinto incremento seguido em comparações de um mês com o imediatamente anterior.
O FGV Agro realça que, mesmo com os resultados positivos recentes, o indicador não recuperou todas as perdas anteriores e permanece 1,1% abaixo do patamar observado antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
O centro também observa que, apesar da recuperação de março, o indicador fechou o primeiro trimestre com queda de 1,4% em relação a igual intervalo de 2021 e que o cenário continua complicado.
“O setor agroindustrial, assim como a indústria em geral, ainda tem dificuldades para encontrar matérias-primas e sofre com a alta dos custos; a inflação continua corroendo o poder de compra da população; o mercado de trabalho ainda se encontra desaquecido, já que lida com uma maior proporção de empregos informais e queda da renda, apesar da relativa melhora da taxa de desocupação; e o crédito se mantém caro por conta das elevadas taxas de juros”, diz.
O avanço do grupo de produtos alimentícios e bebidas, de 3,8% em relação a março de 2021, foi puxado pela alta de 12% das bebidas (20%). Nos alimentos, o aumento foi de 1,5%, determinado pela elevação de 2,7% nos produtos de origem animal.
Na área de produtos não-alimentícios, pesaram para a queda de 0,2% os recuos de biocombustíveis (38,6%) e têxteis (9%), mas limitaram o tombo os avanços de insumos (20,5%) e fumo (17,9%).
Fonte: Valor Econômico
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