Pela primeira vez desde o inicio da pandemia, navios conseguem se manter mais fieis a seu itinerário
ago, 04, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202231
Pela primeira vez desde o início da pandemia, os navios liner – que fazem serviços de frete de contêineres dentro de rotas pré-estabelecidas – conseguiram se manter mais fiéis ao itinerário se comparado com igual período do ano passado. No entanto, seis em cada dez caixas metálicas ainda estão chegando atrasadas à seus portos de destino para consternação dos remetentes que pagam taxas de frete cinco vezes maiores que a média histórica.
“A confiabilidade global dos itinerários seguidos pelos serviços de linha parece ter saído da tendência observada deste o início do ano, com o cumprimento de itinerário subindo 3,6 pontos percentuais em junho de 2022 para 40%,” afirma novo relatório da Sea-Intelligence.
O atraso médio para chegadas tardias de navios vem caindo acentuadamente este ano, mas permaneceu inalterado em 6,24 dias em junho.
Com a confiabilidade no cumprimento do itinerário em 49,5%, a Maersk foi a transportadora mais eficaz em junho de 2022, seguida pela Hamburg Süd com 41,4%. Outras dez transportadoras obtiveram resultados de 30%-40% e apenas duas seguiram o cronograma em apenas 20%-30% dos casos.
Nas rotas transpacíficas, a partir de meados do mês passado, as taxas de utilização caíram abaixo do nível de 90% pela primeira vez desde meados de 2020, de acordo com a Sea-Intelligence, que disse que isso implica que a capacidade está finalmente começando a se abrir. Na Ásia-Europa, enquanto isso, as taxas de utilização estão abaixo de 80%.
A Sea-Intelligence também chamou atenção para o fato de que as distâncias comerciais cumpridas pelos porta-contêineres estão diminuindo.
“Quando as distâncias comerciais aumentam, isso também aumenta a necessidade de capacidade da embarcação e vice-versa. No período pós-pandemia, isto levou a uma necessidade acrescida de capacidade, mas nos últimos meses este efeito tornou-se negativo”, apontou a Sea-Intelligence num relatório publicado no final de julho, acrescentando que “como o mercado atual está claramente em uma trajetória descendente em termos de equilíbrio de oferta/demanda, essa mudança no impacto da distância de navegação mais uma vez empurra o desenvolvimento para baixo.”
Ainda não se sabe se os números relativos a julho, em comparação com junho, poderão ser ainda melhores tendo em vista que o congestionamento portuário global piorou significativamente no mês passado.
Peter Sand, analista-chefe da Xeneta, também analisou o impacto do congestionamento portuário nos dias de hoje, especificamente para os EUA.
Em comunicado ao mercado Sand comentou que “apesar das preocupações contínuas … aqueles que embarcam para a costa oeste dos EUA desfrutarão de um alívio em termos de congestionamento portuário. Menos navios significam menos pressão e mais confiabilidade no cumprimento do itinerário, o que já atingiu seu nível mais alto em mais de um ano.”
Apesar disso, Sand observou que apenas 24,8% dos navios chegam pontualmente à costa oeste – com atraso médio de 9,9 dias, contra uma média de nove dias na costa leste.
Source: Splash247
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