Economia

DataLiner: Dados recém divulgados de 2022 apontam queda brusca nas exportações brasileiras via contêineres no último trimestre de 2022

jan, 31, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202305

Dados recém divulgados pela equipe de Business Intelligence da Datamar sobre a movimentação de contêineres no Brasil apontam que em 2022 as exportações brasileiras via contêineres caíram 4,6% em relação a 2021. A queda é bem mais expressiva no último trimestre do ano. No período de outubro, novembro e dezembro, o país enviou ao exterior 10% menos contêineres do que em iguais meses de 2021.

Em dezembro, foram exportados via portos brasileiros 222.954 TEUs, contra 268.734 TEUS no último mês de 2021, o que representa uma queda de 17% nos embarques.

Acompanhe no gráfico a seguir um histórico das exportações brasileiras via contêineres. Os dados foram levantados pela equipe de Business Intelligence da Datamar:

Exportações brasileiras via contêineres | Jan/Dez 2019 a Jan/Dez 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Já abaixo é possível ver a queda nos volumes exportados no acumulado do último trimestre de 2022 em comparação com os anos anteriores:

Exportações brasileiras via contêineres | Out/Dez de 2029 a Out/Dez 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Diversos produtos registraram quedas nos embarques em 2022 na comparação com o ano anterior, como a madeira (-18%), algodão (-8%) e o café e chá (-7%) conforme pode ser verificado na tabela a seguir:

Principais produtos exportados pelo Brasil com maior variação negativa | 2021 – 2022 | TEUS

wdt_ID Commodity 2021 2022 %
1 MADEIRA 457.968 375.854 -18%
2 ALGODAO 156.595 143.355 -8%
3 CAFE, CHA 126.652 117.656 -7%
4 PLASTICO 110.649 106.042 -4%
5 FRUTAS 96.041 72.649 -24%
6 AÇUCARES 79.882 67.051 -16%
7 OBRAS DE PEDRA, GESSO, CIMENTO, AMIANTO, ETC 62.773 54.686 -13%
8 BORRACHA 53.029 51.976 -2%
9 FERRO E AÇO 61.850 49.313 -20%
10 RESIDUOS E DAS INDUSTRIAS ALIMENTARES 50.229 45.908 -9%
11 PRODUTOS CERAMICOS 56.108 44.719 -20%
12 PRODUTOS QUIMICOS ORGANICOS 37.640 35.347 -6%
13 MOVEIS, COLCHOES, ALMOFADAS, ETC 44.038 33.836 -23%
14 PREPARAÇÕES DE PRODUTOS HORTICOLAS 32.885 32.245 -2%
15 PELES ECOUROS 24.531 21.842 -11%

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Já entre os principais destinos das exportações via contêineres, a maior queda proporcional em volumes em 2022 em comparação com o ano anterior é na Rússia (-57%) mas chamam a atenção também os menores volumes enviados aos Estados Unidos (-9%). Outros destinos com menores volumes também tiveram quedas significativas, como Hong Kong (-44%) e Peru (-15%).

Uma conjunção de fatores levaram à queda nos embarques. A Guerra entre Rússia e a Ucrânia é um desses fatores que contribuíram para a recessão global, e refletiram no comércio exterior da Europa, Argentina e América do Sul.

Além disso, o frete marítimo alto até o meio do ano também refletiu nos embarques via contêineres. Algumas cargas, que tradicionalmente eram embarcadas em contêineres, como café e açúcar, voltaram a ser exportadas em sacas. Os embarques de frutas também sofreram com a falta de contêineres e navios reefer foram usados para exportar melão, por exemplo. Alguns armadores também demoraram a repassar a queda dos fretes para os clientes, e algumas cargas, em rotas possíveis, acabaram sendo enviadas por transporte rodoviário.

Importações

Já em relação às importações, no acumulado do ano, a queda foi de 3% em 2022 em relação a 2021. Comparando só o mês de dezembro, a queda foi de 4,5% (em relação a dezembro de 2021).

Confira a seguir um histórico das importações brasileiras via contêineres a partir de 2019. Os dados foram elaborados pela equipe de Business Intelligence da Datamar:

Importaçoes brasileiras via contêineres | Jan/Dez 2019 a Jan/Dez 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Tendências

Para 2023, a situação ainda é delicada. Embora os especialistas da Organização Mundial do Comércio (OMC) esperem um crescimento no volume do comércio mundial de mercadorias de 1,0% para este ano, o aumento é muito menor em comparação ao que estava esperado.

A menor demanda tem se refletido nos fretes. Com um menor volume nos embarques da América Latina, as taxas de fretes da região permanecem estáveis. Segundo o último boletim Platts Americas Container Freight, da S&P Global, divulgado em 30 de janeiro, na última semana, por exemplo, com as taxas de contêineres do Extremo Oriente-Costa Leste da América do Sul caíram US$ 100, ou 8,3%, para US$ 1.100/FEU.

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