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Economia

Exportações brasileiras via contêineres caem em 2022. Madeira é um dos principais propusores da queda

dez, 30, 2022 Postado porSylvia Schandert

Semana202252

Dados recém divulgados pela equipe de Business Intelligence da Datamar sobre a movimentação brasileira de contêineres apontam que, em novembro, as exportações brasileiras caíram 7,8% em relação a igual mês de 2021. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, a queda é de 3,4%, conforme pode ser verificado a seguir:

Exportações brasileiras via contêineres | Jan/Nov 2019 a Jan/Nov 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Diversos produtos contribuíram para a queda dos volumes em novembro. Entre as principais quedas estão as exportações de madeira (-39,4%), frutas (-26,3%) e plásticos (-18,6%).

E, em 2023, as exportações de madeira em contêineres devem continuar em queda por razões ambientais. Isso porque, em novembro, durante a  a 19ª conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites), realizada no Panamá, ficou decidido que as exportações de ipê e de cumaru precisam de autorizações atestando que foram extraídas dentro da lei e com baixo impacto ambiental. As medidas passam a valer em 90 dias.

Um metro cúbico de ipê vale hoje o equivalente a R$ 15 mil em mercados internacionais. Compras excessivas por mercados internacionais estariam acabando com a espécie, conforme um relatório de março da ong estadunidense Forest Trends.

Além disso, no dia 06 de dezembro de 2022, negociadores do Parlamento Europeu e dos estados-membros da União Europeia chegaram a um acordo para banir do bloco produtos provenientes de terras desmatadas ou degradadas. A lista inclui produtos como madeira, cacau, café, soja, óleo de palma, carne bovina, borracha e derivados como couro, chocolate, móveis e papel, entre outros.

A resolução eleva a pressão sobre as exportações brasileiras. O texto especificou que a proibição contempla não apenas o desmatamento de florestas primárias, mas todos os tipos de florestas. As empresas importadoras serão responsáveis ​​por suas cadeias de abastecimento e deverão comprovar a rastreabilidade por meio de dados de geolocalização da safra.

Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras de madeira. Os dados são do DataLiner:

Exportações brasileiras de madeira | Jan 2019 –Nov 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Vale destacar também que, em junho de 2022 os governos brasileiro e norte-americano formaram uma parceria para o combate à exportação ilegal de madeira da Amazônia e outros crimes ambientais, com apoio dos Estados Unidos, especialmente na área de inteligência. Isso porque a exportação ilegal de madeira é vista com um dos pontos iniciais do desmatamento na Amazônia. Árvores nobres, com apelo comercial, são as primeiras retiradas para venda ao exterior com documentos falsificados, o que abre caminho para uma segunda etapa de retirada de madeiras menos nobres até que se chega no corte raso para transformação da área em pasto.

Importações  

Já as importações brasileiras via contêiner cresceram 6,3% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2021. Mesmo assim, no acumulado do ano (janeiro a novembro) as importações foram 2,57% menores em relação aos onze primeiros meses de 2021. Confira abaixo:

Importações brasileiras via contêineres | Jan/Nov 2019 a Jan/Nov2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

E como ficam os fretes com tudo isso?

Com a queda nos volumes transportados, os fretes marítimos para a Costa Leste da América do Sul vem caindo semana a semana, de acordo com o boletim Platts Americas Container Freight, da S&P Global divulgado no último dia 26 de dezembro.

O PCR31, que rastreia a principal rota do norte da Ásia para a costa leste da América do Sul registrou uma perda de 8,3% na semana. Como o mercado está historicamente inativo durante as semanas de fim de ano, a maioria das fontes espera pouca mudança nos próximos dias.

Na América do Sul, as taxas avaliadas pela Platts para as importações da Costa Leste do Extremo Oriente caíram US$ 100 para US$ 1.100/FEU. Por outro lado, as exportações da ECSA se mantiveram firmes em US$ 1.300/FEU.

Fontes na América do Sul disseram que a mudança é atípica e atribuem isso à baixa demanda de importação contra uma corrida de exportação de commodities mais forte do que o esperado. Um despachante de carga no Brasil disse que as transportadoras estão aumentando as vendas em branco nas importações, mas que a capacidade reduzida ainda não influenciou as taxas. No geral, os participantes do mercado esperam que o mercado de baixa continue.

“Não estou otimista”, disse um analista de mercado. “Isso vai ser interessante. Há vislumbres de esperança na economia – mas os gastos de férias no varejo serão a principal indicação [sobre a direção do mercado].”

Com informações do UOL, Exame, CNN e O Estado S. Paulo

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