Apenas parte das plataformas de petróleo serão construídas no Brasil, diz alto executivo da Petrobras
maio, 09, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202322
A Petrobras não concentrará todo o seu trabalho de construção naval em solo brasileiro, disse um alto executivo da estatal, frustrando as esperanças de que a petroleira revisasse sua política de concessão para estimular a criação de empregos.
Grupos siderúrgicos, sindicatos de navegação e 14 outras organizações que apoiaram a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão pressionando o governo por mais contratos fechados com a Petrobras no Brasil.
O presidente disse em discursos que a Petrobras iria “reativar a indústria de petróleo e gás” e “retomar a construção de navios” no país.
A Petrobras ajudará a revitalizar a indústria de construção naval do Brasil, concedendo mais contratos para desmantelar antigas plataformas de petróleo e construir módulos superiores para novas embarcações, mas não para construir cascos ou plataformas inteiras, disse o chefe de engenharia Carlos Travassos à Reuters.
“Nenhum país produz o FPSO inteiro”, disse Travassos em Houston, referindo-se as plataformas flutuantes capazes de armazenar e descarregar petróleo.
A indústria naval brasileira “tem uma boa oportunidade” de crescer, “mas precisa apostar em sua vocação”, afirmou.
A estratégia de construção naval da Petrobras põe à prova a capacidade de Lula de usar a empresa para criar empregos – uma estratégia que ele usou em seus dois primeiros mandatos presidenciais, não sem polêmica e atrasos na produção de petróleo.
As associações industriais afirmam que os empregos na construção naval no país caíram 80% desde que Lula estava no poder, há 15 anos, para 15.000. Em uma carta de 26 de abril ao governo, os representantes da indústria disseram que a Petrobras agora concede até 80% de seus contratos offshore a empresas na China e em Cingapura.
Eles também disseram que a maioria dos contratos da Petrobras são concedidos a apenas três estaleiros brasileiros: EBR, Keppel Fels e Jurong, sendo os últimos dois unidades de empresas de Cingapura. As empresas nacionais exigem que a Petrobras aumente a contratação de serviços made in Brazil para as plataformas dos campos de Albacora, SEAP, Sépia e Atapu.
“As exigências quanto a participação local que temos hoje não pode ser atendida pelo mercado. Então não faz sentido elevá-la”, disse Travassos.
Os módulos de construção requerem canteiros de obras menores e podem ser replicados mais facilmente. Além disso, a experiência da força de trabalho pode ser transferida para a construção de usinas de refino, biodiesel ou hidrogênio.
“Uma vez que o Brasil se qualifique para construir módulos, terá uma oportunidade muito maior de manter o negócio, em vez de aprender a fazer cascos de FPSO e competir com a Coréia, a China”, disse.
Os cascos FPSO são altamente personalizados e qualquer país levaria anos para construir alguns antes de estabelecer uma linha de produção estável, disse ele.
“Vemos uma oportunidade muito boa para a indústria (naval) brasileira, mas não nos cascos de FPSO”, disse Travassos.
Fonte: Nasdaq e Reuters
Clique no link a seguir para ler a matéria original: https://www.nasdaq.com/articles/petrobras-will-only-build-part-of-oil-platforms-in-brazil-top-executive-says
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