Irã diz que navio MSC Aries foi apreendido por “violar leis marítimas”
abr, 15, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202416
Um navio porta-contentores de bandeira portuguesa, o MSC Aries, foi apreendido pelo Irã em 13 de abril por “violar as leis marítimas”, anunciou o Ministério de Relações Exteriores iraniano na segunda-feira, 15 de abril, acrescentando que não havia dúvidas de que o navio estava associado a Israel.
A Guarda Revolucionária do Irã capturou o navio de carga no Estreito de Ormuz dias após Teerã prometer retaliar um suposto ataque israelense ao seu consulado em Damasco, em 1º de abril.
“O navio foi desviado para as águas territoriais do Irã por violar as leis marítimas e por não responder aos apelos feitos pelas autoridades iranianas”, declarou o porta-voz Nasser Kanaani.
O Irã lançou uma série de mísseis e drones explosivos no sábado, em seu primeiro ataque direto ao território israelense, uma ação que Teerã afirmou ter sido em legítima defesa após o bombardeio do consulado.
A agência de notícias estatal iraniana IRNA relatou que um helicóptero da Guarda embarcou no MSC Aries e o levou para águas iranianas.
A MSC, operadora do Aries, confirmou que o Irã apreendeu o navio e disse que está trabalhando “com as autoridades competentes” para o seu retorno e o bem-estar de seus 25 tripulantes.
A MSC aluga o Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado, acrescentando que a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.
As tensões aumentaram em todo o Oriente Médio desde o início da campanha de Israel em Gaza, em outubro, com Israel ou seu aliado, os Estados Unidos, repetidamente tomando parte em confrontos com grupos alinhados do Irã no Líbano, Síria, Iraque e Iêmen.
Em resposta aos relatos da apreensão, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, acusou o Irã de pirataria.
Stephen Cotton, secretário-geral da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes, o principal sindicato dos trabalhadores marítimos, disse que “os marinheiros inocentes devem ser protegidos da escalada de conflitos que não têm papel em instigar, nem poder para resolver”.
A Câmara Internacional de Navegação classificou a apreensão como uma “violação flagrante do direito internacional e um ataque à liberdade de navegação”.
Os recentes ataques à navegação mercante no Mar Vermelho e no Golfo de Áden perpetrados pelos Houthis do Iêmen, alinhados com o Irã, também afetaram a cadeia global de transporte marítimo, bem como as atividades comerciais e portuárias dentro e em torno do Golfo e do Golfo de Omã.
Patrick Verhoeven, diretor-gerente da Associação Internacional de Portos e Atracadouros, disse que a apreensão do MSC Aries “tem o potencial de perturbar ainda mais o transporte de carga dentro e fora da região, o que afetará todos os nossos portos membros, de uma forma ou de outra”.
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