Economia

Argentina investe na importação de alimentos para conter alta de preços

maio, 15, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202323

No último domingo, dia 14 de maio, as autoridades argentinas divulgaram um conjunto de medidas com o intuito de combater a inflação. Entre essas medidas, destaca-se a participação mais ativa no mercado de câmbio. Contudo, o anúncio que mais chamou a atenção foi a abertura da importação de alimentos sem tarifas, visando atingir os produtores locais que se beneficiaram de forma excessiva das políticas protecionistas.

A partir de segunda-feira, 15 de maio, alimentos frescos (frutas, verduras, legumes e carnes) e produtos básicos secos não perecíveis poderão ser importados com tarifa zero pelo Mercado Central.

“Diante da detecção de distorções nos preços dos alimentos pela Secretaria de Comércio, devido ao abuso de empresas com posição hegemônica no país, o Mercado Central poderá importar diretamente tais produtos com tarifa zero, criando uma maior oferta de produtos sem custos de intermediação”, disse o Ministério da Economia em comunicado.

Os produtos serão oferecidos diretamente ao público e às lojas de varejo locais. Diante da recusa dos atacadistas e das grandes redes de supermercados, as lojas menores (grande parte delas pertencentes a empresários chineses) poderão ser abastecidas com uma cesta de produtos definida pela Secretaria de Comércio, importados pelo Mercado Central, explicou , com o objetivo de “romper com o abuso de preços praticado por estas empresas no abastecimento das lojas locais”.

Além disso, o Governo tomou a decisão de permitir que o Mercado Central possa mobilizar fundos públicos e privados para a aquisição de produtos alimentícios. Dessa forma, cada estabelecimento local terá a oportunidade de se tornar acionista, contribuindo financeiramente para a compra centralizada. Essa iniciativa tem como objetivo proporcionar melhores preços de compra e eliminar a necessidade de intermediários na venda desses produtos, bem como combater eventuais abusos por parte de distribuidores e grandes corporações.

A administração do Presidente Alberto Fernández também planeja criar a Unidade de Acompanhamento, Rastreabilidade e Promoção das Operações Comerciais, composta por um representante de cada um dos seguintes órgãos: Secretaria de Comércio, Secretaria de Produção, Secretaria de Agricultura, Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP), Direção Geral de Impostos (DGI), Alfândega, Banco Central, Superintendência de Seguros, Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV) e Unidade de Informações Financeiras (UIF).

Nesse contexto, um levantamento realizado pela Confederação Argentina de Médias Empresas (CAME) revelou que, no mês de abril, os consumidores pagaram, em média, 3,9 vezes mais do que os produtores agrícolas cobraram por seus produtos. O Índice de Preços Origem e Destino (IPOD) indicou que os consumidores desembolsaram $3,9 (no ponto de venda/destino) para cada $1 recebido pelos produtores pelos produtos agroalimentares que compõem a cesta básica.

Fonte: MercoPress

Para ler a matéria original, acesse: https://en.mercopress.com/2023/05/15/argentina-to-import-food-to-curb-price-hikes?utm_source=feed&utm_medium=rss&utm_content=main&utm_campaign=rss

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