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Com 71 portos públicos marítimos e fluviais, Brasil pode crescer com cabotagem e hidrovias

maio, 08, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202321

O potencial portuário do Brasil e as oportunidades que ele proporciona podem ser medidos de diversas formas. Nos números, as dimensões continentais do País são evidenciadas pelos 71 portos marítimos e fluviais listados pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, órgão vinculado ao Ministério de Portos e Aeroportos. Na análise logística, uma certeza: diante de tantas possibilidades, investimentos em cabotagem e hidrovias são o caminho para alavancar a competitividade e a excelência do setor.

O Brasil tem 33 portos públicos marítimos organizados, de acordo com a Secretaria Nacional de Portos. Entre eles, os que são administrados pelo Governo Federal por meio das Companhias Docas e aqueles cuja gestão é delegada a municípios, estados ou consórcios públicos.

Clique aqui para descobrir quais portos registraram as maiores taxas de importação e exportação de cargas conteinerizadas no Brasil e na região do Plate no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram obtidos através do DataLiner, plataforma de inteligência de negócios da Datamar.

A pasta federal usa como classificação de porto marítimo ou fluvial o tipo de navegação de longo curso ou interior, e não por localização geográfica. Por exemplo, o Porto de Manaus (AM) é geograficamente fluvial, entretanto, é classificado como marítimo por receber embarcações de linhas oceânicas.

Para o consultor portuário e sócio-diretor da Agência Porto Consultoria, Ivam Jardim, diante de tantos portos marítimos e fluviais, a cabotagem “tem um grande potencial de crescimento, dada as grandes distâncias no Brasil, e do consumo de grande parte da população, ao longo da costa.”

Potencial comprovado

O advogado Larry Carvalho, que é mestre em Direito Marítimo e especialista em logística, comércio internacional e agronegócio, apontou os benefícios logísticos do escoamento da produção agrícola pelos portos do Arco Norte (acima do paralelo 16, linha imaginária que divide o Brasil em duas partes) como uma prova do potencial nacional.

“As estações de transbordo e os comboios de transporte fluvial para eventual exportação de commodities significam uma redução de custo de quase 30% em logística interna, comparado com outros corredores logísticos que utilizam preponderantemente o transporte rodoviário”.

Quanto à cabotagem, Larry observou que, considerando que “80% da densidade populacional estão situadas em áreas a menos de 200 km da costa, é necessário expandir a utilização deste modal. Os benefícios são inúmeros, menor impacto ambiental, menores custos, menores incidências de avaria e roubo de carga”.

No entanto, Larry afirmou que por muito tempo não se teve uma política pública clara de equilíbrio da matriz modal e incentivo à cabotagem. “Assim, mesmo com uma alta demanda pela cabotagem (crescimento de aproximadamente 10% ao ano nos últimos anos), não tivemos crescimento de oferta de tonelagem. Os motivos foram protecionismo e obstáculos regulatórios. O projeto BR do Mar, agora pendente de regulação, veio para servir como um divisor de águas”.

Outros fatores

Ex-diretor da antiga Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), atual Autoridade Portuária de Santos (APS), e ex-presidente da Companhia Docas de São Sebastião, o engenheiro e consultor portuário Frederico Bussinger analisa que o aumento do número de portos no Brasil é importante, mas há outros itens a serem considerados. “Automação, mecanização e interconexão modal vêm antes”.

Para Bussinger, em se tratando de modernização, os portos brasileiros estão no pelotão intermediário. “Não somos nem os mais modernos nem o rabo da fila. Mas temos ilhas de excelência, como é o caso da logística de cítricos e de minério de ferro e benchmarkings internacionais”.

Quanto à infraestrutura de equipamentos, o especialista salientou que “nossos portos utilizam similares aos da maioria dos portos de primeira linha do mundo. Evidentemente, há portos com equipamentos e sistemas de maior produtividade que os nossos. Mas não passamos vergonhas ante a maioria dos portos europeus e americanos. Também dos asiáticos, excetuando casos como os de Singapura e alguns chineses”.

Fonte: A Tribuna

Para ler o artigo original, acesse: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/com-71-portos-publicos-maritimos-e-fluviais-brasil-pode-crescer-com-cabotagem-e-hidrovias

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