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Exportação brasileira de ouro bate recorde

ago, 21, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201935

A exportação brasileira de ouro vêm batendo recorde, na esteira do aumento dos preços internacionais provocado pelo temor de que o mundo está à beira de uma recessão. Para proteger o patrimônio, as pessoas estão comprando e guardando o precioso metal.

Em 2018, o Brasil fez a exportação de 95 toneladas de ouro para o exterior —um crescimento de 150% em dez anos, conforme estatísticas do Ministério da Economia. Até julho deste ano, já foram exportadoras outras 51 toneladas.

O ouro brasileiro sai do aeroporto de Cumbica e segue para diferentes destinos, principalmente Canadá, Reino Unido, Suíça e Índia. As exportações absorvem atualmente a maior parte da produção brasileira, estimada em 97,1 toneladas.

Esse volume corresponde apenas à produção formal, feita a muitos metros de profundidade por empresas multinacionais especializadas, como a AngloGold Ashanti, que explora ouro no Brasil há 185 anos, ou a canadense Kinross.

Mas existe um mercado informal, não contabilizado, no qual o ouro é extraído manualmente pelos garimpeiros nas beiras dos rios ou em minas próximas à superfície.

O renascimento da produção brasileira de ouro ocorre em um momento de preços favoráveis —os maiores patamares dos últimos seis anos. Na última sexta-feira (16/08), o ouro fechou a US$ 1.513 por onça (medida tradicional desse metal), impulsionado pelas incertezas geradas pela guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Conforme o World Gold Council (Conselho Mundial de Ouro), uma organização global voltada para o desenvolvimento do mercado de ouro, a demanda está batendo recorde no mundo, puxada pelo consumo de joias na Índia, pelas compras feitas por bancos e corretoras, para respaldar a venda de contratos lastreados em ouro, e, principalmente, pelas aquisições dos BCs (bancos centrais).

No primeiro semestre deste ano, os BCs adquiriram 374,1 mil toneladas do metal —o maior aumento líquido das reservas globais de ouro dos últimos 19 anos.

Os temores de uma nova recessão mundial, provocada pela guerra comercial iniciada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, levaram as autoridades monetárias a incrementar a compra de ouro a fim de garantir o valor de sua moeda.

Segundo os especialistas do setor, as empresas instaladas no Brasil vêm aproveitando as oportunidades geradas pelo mercado favorável, porque estão maturando agora os investimentos feitos no início da década. A extração de ouro, explicam, exige alta tecnologia, porque as minas são cada vez mais profundas.

Mas ainda existiria um longo caminho a percorrer. Em termos globais, o Brasil é um concorrente marginal. Segundo o World Gold Council, o país ocupa a 11ª posição no ranking de produção de ouro, muito atrás de países como China, Austrália, Rússia e Estados Unidos.

Nada comparado, portanto, com o papel central que os brasileiros ocupavam no final do século 18, quando as explorações das reservas de Minas Gerais transformaram o país, ainda uma colônia de Portugal, no maior produtor mundial de ouro, respondendo por 40% do volume global.

As maiores perspectivas de crescimento, aliás, estariam fora das tradicionais regiões produtoras de Minas. Segundo a Agência Nacional de Mineração (AMN), Goiás é hoje o maior produtor de ouro do Brasil. Em 2018, o estado respondeu por 38,7% do total extraído no país, acima dos 35,8% de Minas. Em seguida, vem o Pará, com 14,3%.

Fonte: Folha de S. Paulo

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