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Ano começa com indicadores positivos para suinocultura

jan, 24, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202304

Janeiro é sempre desafiante para a suinocultura, mês de queda na demanda interna e externa e com estoques remanescentes do fim do ano anterior que acabam pressionando para baixo os preços pagos ao produtor. Porém, 2023 apresenta indicadores bem mais favoráveis que o início do ano passado, tanto nos preços praticados no mercado doméstico, quanto nas exportações. Ao menos é o que avalia a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

O ano de 2022 fechou com volume exportado de carne suína in natura da ordem de 1.013.739 toneladas, apenas 1.436 toneladas a menos que o ano anterior (-0,14%). Em receitas a redução foi de 2,7% (-US$ 67,5 milhões), com 2022 fechando em US$ 2,407 bilhões, contra US$ 2,475 bilhões em 2021. A China, que já representou mais de 55% dos embarques, terminou 2022 com pouco mais de 43% do volume exportado.

Veja abaixo o histórico do volume exportado de carne suína (HS 0203) de janeiro de 2019 a novembro de 2022. Os dados são do DataLiner.

Exportações brasileiras de carne suína | jan 2019 – nov 2022 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Embora 2022 tenha sido o pior ano em volumes embarcados para China desde 2020, se analisarmos somente os últimos 5 meses (de agosto a dezembro/22), esta sequência foi a melhor em exportações brasileiras de carne suína in natura para o gigante asiático em um final de ano, totalizando quase 230 mil toneladas. Além disso, desde agosto/22, o preço médio em dólar da carne vendida para a China tem crescido mensalmente, sendo que o valor de dezembro passado (US$ 2.687/ton) é o maior desde junho de 2021 e é 26,5% maior que dezembro de 2021 (US$ 2.124/ton). Estes são fortes indicativos de que a China tem retomado consistentemente as compras do Brasil, devendo se manter em alta por mais alguns meses.

Com relação a outros compradores da nossa carne suína, o ano de 2022 foi marcado pelo crescimento de alguns destinos importantes, com destaque para Filipinas, Singapura e Tailândia, além da habilitação de plantas para dois importantes mercados: México e Canadá que, por enquanto, não figuram como compradores significativos de nossa carne, mas são importantes players no mercado mundial, com bom potencial para o futuro, além de chancelarem a sanidade do rebanho brasileiro.

Fator preço na suinocultura brasileira

É possível concluir que o preço do suíno (vivo ou carcaça) já não é o principal fator de preocupação, mas sim os custos dos principais insumos (milho e farelo de soja), pois a relação de troca não subiu na mesma proporção que o preço do suíno. Se por um lado temos um horizonte promissor em relação ao ajuste da oferta de carne suína à demanda, por outro ainda não se percebe sinais de arrefecimento dos custos no curto prazo.

O último levantamento da safra 2022/23 publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda prevê produção recorde de soja e milho, mesmo com alguns problemas climáticos em determinadas regiões produtoras. Com relação ao milho, o estoque de passagem previsto para 31/01/23 de 5,28 milhões de toneladas é relativamente baixo, considerando que a primeira safra de milho (verão) a ser colhida principalmente entre fevereiro e março será ao redor de 26,4 milhões de toneladas, em torno de 21% de todo milho a ser produzido na safra 2022/23, sendo os demais 79% (quase 100 milhões de toneladas) esperados para a segunda safra, ainda não plantada e que deverá ser colhida no meio do ano, principalmente na região centro-oeste e no Paraná.

Este estoque de passagem de pouco mais de 5 milhões de toneladas baseia-se na projeção de exportações do período (de fev/22 a jan/23) da ordem de 43,5 milhões de toneladas, porém, no acumulado de janeiro/23, com dados até 13/01, já foi exportada uma média de 295 mil toneladas de milho por dia útil, totalizando 2,95 milhões de toneladas até dia 13/01.

Considerando a média embarcada na última semana, o mês de janeiro/23 ultrapassará as 5,5 milhões de toneladas, acumulando um total de mais de 46 milhões de toneladas no período considerado entre fev/22 e jan/23. Confirmando-se este embarque o estoque de passagem será inferior a 5 milhões de toneladas.

Fonte: Canal Rural

Para ler a reportagem original, acesse: https://www.canalrural.com.br/noticias/ano-comeca-com-indicadores-positivos-para-suinocultura/

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